Voltei a ser criança. De repente, era outra vez aquela menina de 5 anos que via pela primeira vez o filme Cinderella (1950) da Disney. Lembro-me tão bem, deve ter sido dos primeiros filmes que assisti, ainda a cassete VHS e ainda com dobragem de português do Brasil. Devo ter visto o filme umas cem vezes. Sonhava ser princesa, sonhava ter um vestido como o dela, sonhava com o príncipe encantado e, claro, com o sapatinho de cristal. Tudo isso fez parte da minha infância e voltou a faze-lo novamente com este remake da Cinderela.
A versão de 2015 substituiu a animação por pessoas reais, mas a verdadeira magia continua lá. Kenneth Branagh, o realizador, fez questão de manter tudo como nos lembramos, nada é contado de maneira diferente. O texto segue o mesmo ritmo do anterior. A história já todos conhecemos. Quando inesperadamente o pai de Ella morre, a jovem fica à mercê da sua madrasta e das suas filhas, que a obrigam a trabalhos na lida da casa. Porém, de repente a sua vida muda, quando Ella conhece um estranho e faz de tudo para ir ao baile no palácio. Os contos de fadas estão na moda, depois da versão live-action de Maléfica de 2014, que contava o outro lado da história de uma das vilãs da Disney, este ano foi a vez de Cinderela. Que, apesar de já ter uma vasta filmografia, ainda nenhuma era uma versão fiel à original. Não será a última, já foi confirmado que para o ano teremos a oportunidade de assistir A Bela e o Monstro no cinema.
Lily James saiu de Downton Abbey, deixando o seu papel de filha rebelde, para ser a bondosa Ella. Partilhando o protagonismo com Richard Madden, que abandonou as terras frias de Guerra dos Tronos, para voltar a ser um corajoso príncipe. Contudo, o elenco não está completo, se não falarmos das participações de Cate Blanchett como a requintada e carismática madrasta e de Helena Bonham Carter como a extravagante fada madrinha. E não foi só o elenco que foi escolhido a dedo, o mesmo aplica-se ao guarda-roupa. Com mais de 250 metros de tecido e composto por 10 mil cristais Swarovski, o vestido da Cinderela foi pensado a pormenor. As roupas da madrasta e das suas filhas foram exageradamente elaboradas para condizer com os cenários coloridos, sendo que a cor está presente em todas as cenas da película.
Com este filme, reviveram um clássico e trouxeram de volta a magia já esquecida dos contos de fada. A história pode não trazer nada de novo, mas encanta. O público facilmente rende-se à formula do “viveram felizes para sempre”, pois gostamos de acreditar que tudo pode ser assim tão simples.
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