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Bullying – Não Deixar Cair no Esquecimento

Claro que com dois filhos em idade escolar (uma na adolescência e um na pré-adolescência, o que para mim equivale a simplesmente, os meus bebés) ver o vídeo que correu a internet e que passou insistentemente nas televisões, com entrevista à mãe da “agressora”, o julgamento da mesma, a defesa da vítima e as mil e uma análises e opiniões de comentadores, psicólogos, figuras públicas e cidadãos comuns, que infelizmente se escondem atrás de um teclado para destilar o seu veneno, contra tudo e todos, seria impossível não ter uma opinião sobre este assunto.

COMO MÃE, fiquei preocupada. Como cidadã, fiquei ainda mais.

Vi o vídeo e, a dada altura, sinto a visão a ficar turva e sem conseguir controlar as lágrimas que teimavam saltar sem pedir licença. Sim, até um anúncio mais fofinho me faz chorar. A isto chama-se sensibilidade, um sentimento que se apoderou de mim desde o nascimento da minha filha.

Muito veneno e coisas menos corretas, poderia escrever, mas prefiro gerir as minhas emoções. Vejo, oiço, solto a emoção que isso trouxer e depois de geralmente explodir e dizer umas quantas asneiras, analiso com calma.

Ora bem, muitos pais de hoje têm a opinião, que o bullying sempre existiu e que os miúdos têm que se “fazer à pista” como eles fizeram nos seus tempos de escola. Não discordo totalmente, mas também não concordo. Vivemos numa sociedade muito diferente da que onde fomos criados.

Outros tantos acham que têm que fazer o trabalho dos professores e da escola. Discordo. Temos de estar atentos e fiscalizar, mas sem esquecer que somos pais, não somos professores. Somos nós que educamos, não a escola. A escola apenas deve transmitir conhecimento e criar o melhor ambiente possível para a aprendizagem, o que hoje em dia está cada vez mais difícil, devido a diversas situações, sendo uma das principais, a falta de investimento do nosso estado no sistema educativo. Afinal, quem não sabe, quem não é esclarecido e educado, não questiona, mas isso fica para outra crónica…

Eu penso que uma coisa é certa, tem de se continuar a falar sobre o bullying. Fazer barulho, questionar. Manter o assunto no ar. Não deixar cair no esquecimento, porque um dia, a notícia vai ser muito pior que um atropelamento, infelizmente, se tudo continuar como está.

Todos sabemos as marcas que o bullying deixa, tenhamos sofrido na pele ou não. Todos conhecemos alguém que foi gozado, pontapeado, que sofreu com as brincadeiras de “ir ao poste” e outras tantas infelizes. Hoje, agressores e vítimas são os pais desta geração que volta e meia acorda horrorizada para a problemática que é o bullying.

Eu prefiro questionar em vez de fazer julgamentos. Para isso vamos para as redes sociais…

Educar hoje em dia dá trabalho, requer atenção, perseverança e muita paciência… e isso é algo que nos nossos dias falta.

Os pais de hoje anseiam fazer muito diferente e melhor do que os pais da minha geração. Passou-se do 8 (onde levávamos porque sim e porque não) e ao 80 (onde quase tudo é permitido para não criar traumas nas crianças). É urgente encontrar um meio termo. É urgente falar-se sobre isto, criar ruído… Estas crianças vão ser os adultos de amanhã. Eu tento fazer a minha parte e criar “boas pessoas” e sei que muitos pais também, mas com tudo o que se vê e ouve temo que eles venham a pertencer a um pequeno grupo numa sociedade futura sem respeito nem compaixão pelo próximo. Portanto deve-se falar e debater. Sair dos teclados e fazer pelos nossos filhos, nas reuniões da escola, conversar com eles, conversar com outros pais, conversar com pais e miúdos e ouvi-los, simplesmente ouvi-los. Pressionar o nosso estado, questionar a Polícia, quanto às acções de esclarecimento que estão a ser feitas nas escolas.

Somos das gerações mais bem formadas e empreendedoras dos últimos anos! Caramba lembrem-se de algo, eu alinho!

Usemos isso em prol dos nossos futuros adultos. Não há tempo? Deixem-se de tretas. Há sempre tempo para o que realmente se quer e todos os pais querem o melhor para os filhos.

Atenção que não sou a melhor mãe do mundo, nem sou mais do que as outras mães. Sou só a melhor que consigo ser para os meus filhos… E às vezes também faço me£§a da grossa (aliás muitas vezes…).

Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do antigo Acordo Ortográfico

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