Chegou um novo herói da Marvel, que recebe uma adaptação cinematográfica. A personagem Black Panther (Chadwick Boseman) já nos tinha sido apresentada no filme “Capitão América: Guerra Civil” (2016). Revoltado e com desejo de vingança, culpa Bucky Barnes, Soldado de Inverno (Sebastian Stan), pela morte do seu pai. O destaque atribuído a esta personagem é notório e esperava-se um filme próprio sobre o novo herói. Não demorou muito a sua chegada.
“Black Panther” apresenta os acontecimentos após o encontro com o Vingadores. T’Challa terá agora que substituir o pai como líder legítimo de Wakanda. Nação fictícia que apresenta dois lados. Um conhecido aos “olhos do mundo”, que pensam em Wakanda como um país pobre e subdesenvolvido. Por outro olhar, a realidade, reflecte Wakanda como uma nação isolada que esconde uma poderosa tecnologia avançada capaz de desafiar os seres alienígenas que constantemente ameaçam o Planeta Terra. O vibranium, o forte material que gera este poder, está presente em toda a cidade e ajuda diariamente os seus habitantes. Seja em infra-estruturas básicas como o transporte, mas também a medicina, comunicação e armas. Wakanda é considerada, sem ninguém saber, como a Atlântida do Continente Africano.
O contraste de culturas neste filme é notório. Por um lado, temos a tecnologia incrivelmente avançada, por outro, os habitantes continuam a viver sobre a ordem de tradições ancestrais. Com rituais tribais e lutas corpo a corpo para elegerem o seu líder. Esta interacção dos diferentes modos de vida, é interessante de assistir. O moderno versus o antiquado. T’Challa tem outros desafios como rei. Além de proteger Wakanda do resto do mundo, descobre segredos sobre a sua família que mudaram a perspectiva sobre se é mesmo digno de ser o Black Panther.
Composto principalmente por actores afro-americanos, o elenco é dos pontos mais fortes e certeiros do filme. Neste filme, é reforçado o poder das minorias. Chadwick Boseman é o protagonista, que nos provoca com aquele sotaque forte, mas fiel à sua personagem. A acompanhá-lo temos a vencedora do Óscar de Melhor Actriz Secundária, Lupita Nyong’o, como seu interesse amoroso. Um destaque para Danai Gurira, a conhecida Michonne de The Walking Dead, que interpreta, Okoye, uma forte guerreira. Esta foi das minhas personagens favoritas durante o filme. Além de protagonizar alguns momentos de comédia, com a sua seriedade inesperada, tornou-se na personagem mais leal e forte, conseguindo um desenvolvimento certo durante toda a produção. Outros nomes merecem ser salientados como, Martin Freeman, o hobbit está a ter algum reconhecimento nos filmes da Marvel, e Andy Serkis, também seu parceiro no filme “Hobbit“, que interpreta um fantástico vilão. Forest Whitaker, que, apesar de ser pequena a sua participação, aceitou entrar num filme de super-heróis, prova que estes filmes estão a mudar a mentalidade de Hollywood, em que, até há alguns anos, actores de renome preferiam recusar tais papéis baseados no fantástico. Sterling K. Brown, o Randall de “This is Us” e o mais recente nomeado para Óscar de Melhor Actor Principal pelo filme “Get Out” (2017), Daniel Kaluuya também participam de forma sustentável na película. Até Michael B. Jordan mereceu uma nova oportunidade, depois do fiasco que recebeu em “O Quarteto Fantástico” (2015). Com um argumento vistoso e interessante, além do caprichoso elenco que já foi comentado, temos um mistura satisfatória de entretenimento. Considerado um revigorante novo filme de super-heróis.
O plot é das mais-valias do filme. Pelo menos consegue diversificar relativamente aos restantes filmes de super-heróis. Não temos aquela ameaça previsível de um alienígena decidir atacar o Planeta Terra, ou do vilão que recebe super-poderes inesperadamente quando contacta com alguma substância química. Felizmente o vilão é o mais normal possível, apenas treinou toda a vida para confrontar o seu rival “Black Panther“. Apesar de existirem algumas falhas de concordância durante a montagem, vou acreditar que são situações subentendidas.
O que mais destaco desta obra cinematográfica é a forte banda sonora. Kendrick Lamar é o principal nome que se realça no som. O rapper e compositor norte-americano foi também produtor do álbum do filme. Além das participações do próprio Lamar, temos artistas como James Blake, Khalid e The Weeknd, entre outros .
Concluindo, “Black Panther” consegue entreter o público e ainda ficamos fãs deste novo herói. Com um conjunto de elementos determinantes que tornam deste filme um sucesso. A Marvel Studios não podia estar mais orgulhosa da sua mais recente criação.