Não consigo. Não consigo resistir. Comecei por ler a sinopse e tentar ignorar, depois vieram os comentários, todos positivos, e não me controlei mais: tive de ler a novidade do mundo dos policiais – As raparigas esquecidas, da dinamarquesa Sara Blaedel. Não sei se tenho tido a sorte de ler sempre policiais de que gosto, ou se gosto tanto de policiais que gosto de ler tudo, mas este foi mais um que não me desiludiu.
Sinopse:
Numa floresta da Dinamarca, um guarda-florestal encontra o corpo de uma mulher. Marcada por uma cicatriz no rosto, a sua identificação deveria ser fácil, mas ninguém comunicou o seu desaparecimento e não existem registos acerca desta mulher.
Passaram-se quatro dias e a agente da polícia Louise Rick, chefe do Departamento de Pessoas Desaparecidas, continua sem qualquer pista. É então que decide publicar uma fotografia da misteriosa mulher. Os resultados não tardam. Agnete Eskildsen telefona para Louise afirmando reconhecer a mulher da fotografia, identificando-a como sendo Lisemette, uma das «raparigas esquecidas» de Eliselund, antiga instituição estatal para doentes mentais onde trabalhara anos antes.
Mas, quando Louise consulta os arquivos de Eliselund, descobre segredos terríveis, e a investigação ganha contornos perturbadores à medida que novos crimes são cometidos na mesma floresta.
Primeiro, tem vários elementos que adoro num thriller: hospícios, florestas, gémeos, segredos, suicídios, abandono, erros imperdoáveis, perguntas, dúvidas, falsas informações e o termos de voltar atrás, porque o que parece não é. Claro que todos os bons policiais devem ter alguns destes elementos e sem dúvida que os nórdicos sabem trabalhá-los muito bem. (Quase) nada de novo aqui, mas gostei que também houvesse recomeços, esperança, expiação, que me levasse a pensar no futuro dos envolvidos e não tratar a descoberta do crime como um fim.
Outra coisa que senti foi que este não era um livro “a correr”. Não é propriamente vertiginoso – agarra- nos e torna-se sempre interessante, com novas pistas, novas descobertas, mas havia algo de calmo que me agradou, algo de tão calmo que chega a ser macabro. Talvez um ambiente geral que me recordou alguma obra de Mons Kallentoft, embora, tirando essa “impressão”, os dois autores e as duas escritas não tenha nada a ver.
Depois, o passado da protagonista. As migalhas que íamos descobrindo. Não sei se ficava mais nervosa e entusiasmada por descobrir o passado de Louise Rick ou pelas pistas do crime do presente. No crime do presente, comecei a desconfiar do culpado a dada altura, mas mesmo que desconfiem de quem possa ser, a verdade, toda a verdade – as razões, o que se passava, as perspectivas, as atitudes – vão surpreender. E o que vamos descobrindo sobre o passado dela também, esperava que ela fosse por um lado diferente, mas este também me deixou em pulgas para saber o que se vai passar. Sim, há assuntos que vão ficar por resolver e prometem mais livros com Louise Rick.
Obrigada à Topseller / 20|20 Editora por me ter viciado em mais uma série de policiais! Ou será que devo, na verdade, amaldiçoar a pouca força com que resisti? É que agora vem o mais complicado – a espera pelo próximo!