A poesia do Rap

A Marília tinha 11 anos quando ouviu uma música de rap pela primeira vez.

Tinha 12 anos quando ouviu a sua primeira música de rap português.

E hoje com 32 anos continua a deliciar-se com esta poesia.

Nunca fui uma pessoa de um estilo musical único, eu gosto de vários géneros, sons, vozes. No entanto, sempre que tive de eleger escolhi o “rap tugga” como a minha preferência.

Porquê? Porque é poesia em forma de música.

Porque tem os trocadilhos e as mensagens subliminares mais inteligentes que eu já ouvi!

Porque me faz vibrar!

Em todos estes anos, eu vi o rap ser totalmente desmoralizado. Este era considerado a música dos bairros e dos “chungas”, e por isso, foi tido muitas vezes como marginal. Neste sentido, quem ouvia só podia estar na mesma onda. Eu era uma menina típica, a puxar para “beta”. Então como era possível um “marginal” escrever e cantar músicas que eu gostava de ouvir?

Esta foi sempre a interrogação no rosto daqueles que não entendiam a minha escolha.

Para mim sempre foi a música do pensamento. Mais do que tudo são gritos de alma, reflexões, interiorizações.

Oiçam Boss Ac, Xeg, Valete, Regula, Sam the Kid, X-tense, Dillaz, Jimmy P, Halloween, Sir Scratch, Bob da Rage Sense…e se não gostarem, pesquisem e leiam as letras.

Não estereotipem o rap, sintam-no.

Fica o convite.

Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do Antigo Acordo Ortográfico
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