+1 202 555 0180

Have a question, comment, or concern? Our dedicated team of experts is ready to hear and assist you. Reach us through our social media, phone, or live chat.

A Guerra iraniana contra o Império do Ópio

A produção e consumo de droga é uma das questões mais alarmantes da actualidade. As redes de narcotráfico não só representam um factor determinante para a economia dos países produtores, geralmente com elevados níveis de pobreza, como são altamente sofisticadas e difíceis de desmantelar. Porém, o Irão outrora um dos principais exportadores e produtores de droga tornou-se num dos mais acérrimos peões na luta contra o mundo das drogas.

Historicamente, o Irão era um dos maiores produtores de papoila e ópio do mundo até à Revolução Islâmica. Liderados por o Aiatolá Khomeine e ancorados pelo Alcorão – no Islão o consumo de álcool e substâncias ilícitas é proibido – em cerca de um ano e meio foram erradicadas todas as plantações de papoilas, bem como os laboratórios onde se fabricava o ópio.

Assim, o quadro de normas e valores do Irão, condicionado pela religião que influencia totalmente a esfera da política, foi o grande impulsionador para que o combate contra a droga se tornasse numa das principais bandeiras dos sucessivos governos do Irão. No entanto, se a produção da droga dentro das fronteiras é um problema quase solucionado fora dos limites geográficos outra questão se levanta.

 Luta além-fronteiras

Embora o esforço do Irão seja mais que louvável e reconhecido, uma nova luta se trava contra o tráfico de droga. Nas fronteiras do Irão habita o maior produtor de ópio do mundo: o Afeganistão. De um dos seus vizinhos sai a maior produção de ópio directamente para a Europa, e os desertos e montanhas do Irão são a rota ideal para fazer a droga chegar ao seu destino.

Pelo caminho, um rastro de ópio é deixado dentro das fronteiras iranianas, estimando-se que cerca de 1.3 milhões de iranianos são dependentes de ópio. De acordo com dados do governo iraniano calcula-se que em 2000, tenham sido apreendidas 250 toneladas de ópio, mas na realidade esse número apenas representa 10 a 20% da droga que viaja pelo país.

Reconhecendo a importância de travar esta batalha, o Afeganistão, o Irão e o Paquistão assinaram um acordo, em 2008, no âmbito de uma reunião realizada pelo Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e a Criminalidade (UNODC), em que se comprometeram a reforçar a cooperação na fronteira contra o tráfico de drogas, apelando, ainda, aos países consumidores do tráfico que contribuam para este objectivo.

Além de esforços conjuntos entre os países é urgente oferecer uma alternativa aos milhares de afegãos que plantam a papoila por ser uma forma fácil e rápida de obter algum rendimento. O governo afegão deve reunir esforços para garantir à população uma forma digna de subsistir, pois de outra forma a produção oriunda do Afeganistão continuará a ser um problema do Irão e do resto do mundo.

 

Share this article
Shareable URL
Prev Post

O selo da privatização

Next Post

Suíça: Neutra na política, neutra na economia

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Read next

O Tédio

Deparei-me, por acaso, com um estudo já antigo, publicado pela revista Science em 2014, que falava de uma…
Criança aborrecida