A grande maioria de nós cresceu a aprender a esconder ou a não expressar as emoções. Ainda hoje ouvimos expressões que são ditas às crianças como “os meninos não choram”, “os meninos crescidos não fazem birras”, “tu já não és bebé para chorar”, etc.
São vários os exemplos que nos mostram como é fácil crescer a acreditar que as nossas emoções e a sua expressão (à excepção, regra geral, da alegria) poderão ser nocivas ou prejudiciais. Assim, vamos crescendo, criando sistemas que nos protegem da exposição das nossas emoções aos outros, pois estamos convictos que “os fortes não choram” e que é um sinal de fraqueza a manifestação do nosso lado emocional, que tal nos poderá colocar em perigo e tornar-nos “presas fáceis” a um qualquer risco externo.
Num processo de crescimento pessoal e de conquista de poder pessoal, um dos passos mais transformadores, que se pôde dar, é o de abraçar a vulnerabilidade individual. Reconhecer que, as minhas emoções são válidas e, são valiosas, pois, elas são, a manifestação de todo um mundo interior, o Meu Mundo. Elas dão-me informações sobre como me sinto (onde, em que situações e com quem) e isso é informação preciosa. E sobre essa informação preciosa posso aprender a trabalhar a sua expressão, manifestação e transformação.
Este processo é gradual, é quase uma aprendizagem de todo um novo sistema de como ser Eu e de, como me expressar de um modo que seja ecológico, sobretudo, para mim, na minha relação comigo e com quem me relaciono.
Percebo que realmente o que acredito poder ser uma fraqueza ou fragilidade é a grande força que habita em mim.
Percebo que o meu lado emocional e sensibilidade, a sua percepção em mim e com o tempo também no outro (criação de estados empáticos) é o maior super-poder que um ser-humano algum dia pôde ter.
Percebo que aquilo que tenho medo que os outros percecionem e vejam em mim é o meu Santo Graal.