A eutanásia, a vida e a morte

Afinal que direitos temos sobre estes temas? Será que os temos? Ou seremos meras marionetas que se têm em grande consideração, mas no fundo e em verdade nada decidem?

Um dos temas que continua na ordem do dia é a questão da eutanásia, e do direito que temos ou não à escolha entre a vida ou a morte, entre continuar a viver ou simplesmente morrer a pedido.

Para as pessoas de fé esta não é uma questão de fácil entendimento, afinal ninguém nos perguntou se quisemos nascer, nem em que circunstâncias ou em que família iriamos nascer.

Então, se não formos questionados sobre o início da nossa vida, por que razão teremos o direito de opção sobre o final?

Uma perspetiva mais científica da questão pode elucidar-nos sobre a questão da bioética, e na ótica de Segre e Cohen (1995) este ramo da ciência que estuda o tema da morte e da vida, sugere algumas discussões sobre a temática, nomeadamente ao prolongamento da vida.

No entanto, quer para crentes ou para não crentes existe uma verdade que é incontornável, e como costumo por vezes dizer, temos uma única garantia nesta vida, todos nascemos para morrer, e consequentemente um dia iremos desaparecer deste mundo que conhecemos.

E sendo nós, como dizia um publicitário “todos diferentes, mas todos iguais” existirão com toda a certeza pessoas que possam querer morrer, antevendo essa morte como uma etapa de autonomia e emancipação, de uma situação terrível em que se possam encontrar.

Não é fácil para quem está de fora perceber o que cada um passa ou sente, quando se encontra em situação limite de sofrimento, ou de completa ausência da realidade onde se insere.

Julgar e tomar partidos, ou ter opiniões sobre tudo e mais alguma coisa é sempre tão fácil, no entanto perceber do lado dentro a situação de quem pretende ter uma morte dita “facilitada”, ou como se lê na Wikipédia “ato intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa.

Cada um saberá avaliar por si com certeza se confrontado perante a situação, falar do que não se sente é mais fácil, quando a situação nos cair nos braços perceberemos verdadeiramente o que sentimos e o que desejamos que nos aconteça, nessa altura e perante a realidade saberemos de verdade o que desejamos, especular sobre aquilo que não se conhece na realidade efetiva da vida é muito fácil.

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