É a esperança que nos acompanha uma vida inteira. É com ela que alimentamos os nossos sonhos e é a ela que recorremos quando queremos que o mundo se ajuste a todos os nossos desejos. É ela o vestido justo que nos obriga a derrubar todo e qualquer obstáculo que possa surgir nas nossas vidas para que o amanhã sempre nos possa sorrir.
Vivemos anos a fio em função da esperança, no entanto chega um dia em que até a esperança envelhece e percebemos que se não lutarmos pelo que queremos nunca iremos ver os nossos sonhos realizados.
A esperança pode ajudar, mas se não houver força interior para ir à luta nunca iremos lá chegar. Ela não pode fazer tudo sozinha. Não existem milagres, existem empurrões da vida para que possamos vencer as batalhas. O vencedor tem a cor da esperança nos olhos, mas nunca se deverá esquecer que só com a determinação se tornará num guerrilheiro.
Naqueles dias mais complicados podemos pensar que nada mais nos resta que não seja a esperança. É o nosso lado mais sonhador a acreditar que a magia existe e que tudo se pode transformar de um momento para o outro, sem qualquer explicação. É o nosso vício em acreditar que até os mais ousados dos nossos sonhos se pode tornar em realidade só porque acreditamos que a esperança vai fazer tudo o que nós não fazemos.
Sejamos realistas nada nas nossas vidas acontece assim por mero acaso. Os acasos não existem, são linhas imaginárias que desenhamos no nosso destino, para acreditarmos que existe sorte e azar. Tudo tem uma explicação e se não tentarmos entender o que está a acontecer nem a esperança nos poderá ajudar a escolher qual é o melhor o caminho.
A esperança não é tudo o que temos. Nós somos o acumulado de tudo o que sonhamos e da força com que lutamos pelos nossos sonhos. Só assim poderemos atravessar o mundo para agarrar o que queremos.
Por vezes procuramo-nos no fundo do abismo. Ali onde todos os sofrimentos se reúnem para nos tirar as forças. É urgente salvar-nos dessas tristezas para podermos (re)nascer para a vida. Procuramo-nos para nos perdermos nas linhas curvas da desilusão que nos empurra para esse abismo de que queremos fugir.
Ninguém merece ser infeliz!
Ninguém merece o oposto de tudo o que sonhou!
A infelicidade é uma armadilha do sofrimento para nos fazer acreditar que os nossos sorrisos se esgotaram e que os sonhos acabaram. É um teste à nossa força para nos tentar convencer de que nada nem ninguém nos poderá tirar daquele buraco negro em que caímos quando algo nos fugiu das mãos sem qualquer explicação.
É nessa hora que chamamos pela esperança e procuramos com a ajuda da alma que jamais se dará por vencida ultrapassar mais um momento difícil das nossas vidas. É nesse túnel escuro que procuramos uma saída para a dor que quer fazer sombra à esperança.
Chamamos pela mulher forte que existe em nós e fazemo-nos de novo à estrada. Escolhemos seguir em frente e continuar a sorrir serenamente. Escolhemos contrariar a dor que nos deixou marcas para não deixar fugir a nossa tão abençoada esperança.
(Re)nascer é preciso!
É preciso abandonar o negro da solidão para nos voltarmos para o arco-íris da vida. É preciso aprender a dançar no meio das cinzas para mostrar ao sofrimento que ali não há espaço para ele.
Chamamos uma vez mais pela esperança e vamos até ali viver nos braços da felicidade, depois de termos dito adeus à tristeza que dormia a nosso lado.
Somos assim, eternos reféns da esperança.