A crónica da Lili: Os anjos desceram do céu

Senhoras e senhores, sejam bem-vindos à Crónica da Lili.

Esperamos ansiosamente durante 12 meses para o Victoria’s Secret Fashion Show. Assim que se inicia o mês de novembro, começamos a visitar vezes sem conta o Instagram da marca. O countdown inicia-se. Num piscar de olhos, chega o grande o dia. As angels descem do céu e aterram na passarela mais sexy do mundo da moda. 3, 2, 1 It’s show time. It’s #VSFS time.

Há diversidade na cultura, mas onde está a diversidade na beleza? 

As modelos são as grandes protagonistas do Victorias’s Secret Fashion Show. Conseguem sobrepor-se aos looks. E são a prova viva de que as deusas existem. Trabalham arduamente para estarem on point neste grande dia, que é, para muitas, o dia mais aguardado das suas carreiras. Nós, do outro lado do ecrã, preparamos os elogios e as críticas, enquanto comemos com uma só dentada uma gordurosa tablete de chocolate. Guilty pleasures, they say.

A VSFS rege-se pela política da diversidade cultural. Nós vemos isso na runway. Vemos modelos de várias nacionalidades. Do Brasil até à China. Contudo, há quem diga que essa política é bluff. Discordo a 100%. Este ano, como todos os outros, houve diversidade cultural. Houve modelos de todos os pontos do globo a representarem com orgulho o seu país. E isso foi tão lindo de se ver. Obrigada Lais Ribeiro, Isilda Moreira, Elsa Hosk, Lily Aldridge, Sara Sampaio, Josephine Skriver e Ming Xi.

Ming Xi e Isilda Moreira

O que é bluff é a VS dizer reger-se pela variedade no que toca aos corpos das modelos. A preferência pelas medidas 80-60-80 continua a nortear o processo de casting. Passados seis anos, Bárbara Palvin regressou à passarela do #VSFS. Corre por aí o rumor de que a modelo foi rejeitada por estar “acima do peso” para ser uma modelo da Victoria’s Secret. Acontece que a Bárbara Palvin voltou a reclamar o seu lugar no desfile mais aguardado do ano. Numa das descrições das várias fotos que publicou na sua conta de Instagram, a modelo afirmar estar “mais forte do que nunca”.

Bárbara Palvin

Candice Swanepoel deu à luz o seu segundo filho há cinco meses, mas isso não foi impedimento de marcar presença no desfile deste ano. Com um corpo escultural e uma beleza radiante, a modelo agraciou a passarela com dois looks que demarcaram a sua cinturinha de vespa. Em ambos os outfits, as asas de anjo foram mandatárias.

Candice Swanepoel

Victoria’s Secret, porquê a falta de originalidade? 

Há uns tempos para cá que a VS tem vindo a sofrer críticas relativas à falta de originalidade no que toca à escolha dos segmentos do espetáculo e dos looks que os compõem. Este ano, podiam ter provado que tinham capacidades de se reinventarem. Podiam ter dado tudo, mas não deram. Apesar da quebra nas vendas, a VS continua a ser uma empresa com possibilidades monetárias, possibilidades essas que podiam ser uma ajuda na mudança da estratégia de design. Looks repetidos, vistos e revistos. O outfit que Sara Sampaio usou no segmento Celestial Angel é um dos muitos infelizes exemplos que ilustram o que estou a afirmar. O conjunto de renda preto e a armação azul não vos lembra o look usado no segmento Secret Angel da edição de 2016? A semelhança é abismal. Victoria’s Secret, please, stop being boring.

Sara Sampaio em 2016 e em 2018

Então, não é que tudo arrasa na Pink Carpet? 

É na pink carpet que as celebridades se juntam às modelos para as típicas fotos da praxe. Em bom português, a passadeira cor-de-rosa é o local de passagem obrigatório antes da after party. Este ano, como todos os outros, não me decepcionou. Claro, há #ootn melhores que outros, mas, geralmente, recebem sempre da minha parte classificação positiva. Bella Hadid é a minha crush do momento. Ela tem aquela vibe vintage à anos 90. E sabe comunicar com aquilo que veste. Na pink carpet da VSFS, não decepcionou. Com as curvas no sítio, Bella Hadid espalhou glamour com um vestido decotado, transparente e repleto de brilhantes. Nesta passadeira, comprovou-se que Dylan Sprouse é o namorado do ano (e talvez da década). Bárbara Palvin foi surpreendida com dose de hámburgueres. Cada vez mais acredito que amor e comida é o segredo para a felicidade.

Bella Hadid e Dylan Sprouse

Porque é que torcem o nariz ao Dream Angels Fantasy Bra? 

Elsa Hosk trabalha com a Victoria’s Secret desde 2011 e é angel há três anos. Estes são os argumentos que chegam para dizer que: “Sim, ela mereceu o Fantasy Bra”. Há quem diga que o Dream Angels Fantasy Bra, avaliado em 1 milhão de dólares, não fez jus à sua beleza. Eu situo-me na outra fação da opinião. A simplicidade do soutien assentou na perfeição a Elsa Hosk. O modelo em brallete é a tendência do momento. E a body chain é o pormenor que dá aquele toque final. Porque nem tudo tem que ser extremamente excêntrico.

Elsa Hosk com o Dream Angels Fantasy Bra

Adriana Lima, não dá para ficares mais uns anos? 

Já dissémos adeus a Miranda Kerr, a Doutzen Kroes e a Alessandra Ambrosio. Este ano, despedimo-nos de Adriana Lima. Depois de duas décadas de dedicação à Victoria’s Secret, chegou o momento da modelo fechar o grande capítulo da sua vida. A VS catapultou-a para os holofotes. Tornou-se numa celebridade e num ícone de beleza. Adriana Lima tem aquele savage look misturado com uma pitada de inocência que vai ficar para ser eternizado na história da Victoria’s Secret. Por todos os momentos e mais alguns: “Thank you, Adriana”.

Adriana Lima

E é em modo despedida que chega ao fim mais uma Crónica da Lili. Vemo-nos para o ano? O convite está feito. Agora é com vocês.

Xoxo,
Lili

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