A forma como ensinamos o nosso passado determina as ilusões que temos de nós próprios.
É um alerta que Daniel Oliveira, colunista do Expresso, dá numa entrevista recente concedida à Comunidade Cultura e Arte. Para combater a nossa ignorância social, a Política afigura-se como toda a forma de organização da sociedade, transversal a todos os domínios da vida. Deste modo, os partidos lutam no sentido de intervir civicamente, de forma a cultivar a liberdade individual: um projecto colectivo (de tolerância) que visa sacrificar o seu ego um prol de um bem maior.
“A democracia não é um estado natural da humanidade”. Visa, de facto, promover o bem-estar, a segurança das populações, garantir o Estado Social e, num cenário mais ou menos idealista, o pleno emprego. No entanto, sobreviver actualmente da radicalidade ideológica de um discurso apolítico, que negligencia, ao de leve, a liberdade de expressão, o combate à corrupção, sofrendo os efeitos nefastos da desigualdade económica e social conjuntural, resultado de um poder altamente demissionário, dividido e corrompido.
Não vale a pena ignorar esta condição: (temos) exige-se que reinventemos o passado. “As pessoas não querem voltar para trás porque não vêem nada para a frente”. Há que promover, pelas altas instâncias, uma liderança efectiva, coerente, um discurso aspiracional, para mudar mentalidades e receios. Numa época de combate ao privilégio, num período pautado por um certo deslumbramento saloio pelo politicamente correcto, a luta atroz do individualismo – egocêntrico, reactivo e arrogante – colapsa num oportunismo político irremediável.
“Toda a vida humana é única e irrepetível porque carrega em si a liberdade de um indivíduo”. Carregamos em nós a esperança de uma nação. Aquilo que fazemos hoje pode fazer a diferença no mundo. Aceitemos a nossa liberdade de sonhar mais alto.