O compositor perfeccionismo Pedro Balse, em conversa connosco, falou-nos dos seus projectos, de “Belle Firenze” e da sua carreira a solo. Contou-nos ainda como o ensino superior valorizou aquilo que já sabia e onde aprendeu mais sobre música e composição, podendo, assim, investir cada vez mais na paixão que o move.
Quem é o Pedro Balse como pessoa?
Não é fácil descrever-me a mim próprio! O melhor é que quem me conheça o faça. Mas sou alguém que tenta fazer sempre o melhor, seja em que campo for.
E como músico?
Como músico sou alguém que apenas toca a sua própria música, não por egocentrismo, mas por falta de tempo! Não sou um músico estudioso, até porque, como referi, não tenho tempo. O tempo que tenho para a música prefiro dedica-lo à composição.
Depois de tantos anos a pertencer a tantos projectos, porquê investir numa carreira a solo?
Precisamente porque o que gosto de fazer neste momento é trabalhar nas minhas músicas e, assim sendo, só a carreira a solo faz sentido. O facto de ter o meu próprio estúdio também contribuiu imenso para trabalhar a solo.
Sente ter investido no ensino superior de música valorizou todos os seus trabalhos?
O investimento no ensino superior foi obviamente por gosto, mas por querer ser professor. Para isso precisava do diploma que me desse acesso a uma carreira nesta área. Hoje sou professor do quadro no ensino oficial e é uma profissão difícil e cansativa, mas que faço com paixão. Relativamente à minha música o ensino superior fez-me abrir os horizontes, mas a linha que produzo é muito diferente daquela que estudei!
O que gosta mais, bateria ou baixo?
Não sei dizer! Gostos muito dos dois e de mais umas dezenas de outros instrumentos! A música fascina-me e o que se consegue fazer com cada instrumento também.
Fale-nos de “Bella Firenze“.
“Bella Firenze” é um dos temas que compus que mais gosto. Quanto mais a toco mais gosto. É uma viagem a uma das cidades mais românticas do mundo. Uma cidade em que cada passo é arte e cultura. É um tema que acho, sinceramente, merecia mais sorte! Merecia ser ouvido nas rádios. Sei que a maior parte das pessoas ia gostar.
E “Places“.
“Places” é um conjunto de viagens por todo o mundo, pelos cinco continentes. É a minha forma de mostrar como sinto cada um desses países, dessas regiões, dessas cidades. Não pretende ser música original/tradicional desses locais. Isso não faria sentido, para isso estão os músicos de lá! É apenas a minha visão.
Em que diferem estes trabalhos do primeiro que gravou?
É apenas uma continuação. World chill já foi uma viagem. “Places” teve mais produção, mais trabalho de estúdio.
Que planos e projectos tem para o futuro?
O meu principal plano é ser feliz! Isso é o mais importante. Musicalmente gostaria que muito mais pessoas tivessem a oportunidade de ouvir a minha música. Sinto que tem valor, até pelo feedback que temos nos concertos. Em todos eles há pessoas, que não nos conheciam, que vêm falar comigo e com os músicos que me acompanham a dizer que sentiram essa viagem, que foram “transportados” e sentem-se, normalmente, felizes ao ouvir-nos. Isso é o que importa.
Um conselho para quem só agora começa a sua vida como músico.
O conselho que deixo é o oposto do que costumo ler quando a questão é feita a outros músicos! É muito complicado dar-se a conhecer, tocar em bons locais, passar nas rádios, etc. Neste sentido, é importante ter outras opções para a vida. Sou sincero…