+1 202 555 0180

Have a question, comment, or concern? Our dedicated team of experts is ready to hear and assist you. Reach us through our social media, phone, or live chat.

A consciência ecológica do nosso Estado

Já há algum tempo que me apetece escrever sobre as medidas ecológicas do actual Executivo, só que outros temas se têm sobreposto a este, pelo que só agora me debruço sobre ele. Desde a gasolina aos sacos de plástico, as medidas do Sr. Engenheiro Jorge Manuel Lopes Moreira da Silva, actual Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia de Portugal, têm algo em comum: Taxas e Impostos.

É verdade que os Portugueses, na sua generalidade, só adoptam determinados bons comportamentos, se a isto forem obrigados (a utilização de cintos de segurança nos automóveis é disto um bom exemplo), mas tanto o Imposto Verde, como a Taxa dos Sacos de Plástico do Sr. Ministro do Ambiente de consciência ecológica e de imposição de bons costumes têm muito pouco.

Acredito que por esta altura haverá muito boa gente a abanar a cabeça em discordância com o que aqui escrevi, mas recordo que o Sr. Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia afirmou publicamente que a sua medida dos Sacos de Plástico irá permitir ao Estado Português arrecadar a título de Taxa nada mais, nada menos do que 40 milhões de euros. Isto, porque por cada saco de plástico o cidadão é duplamente taxado, dado que paga a Taxa do saco plástico e paga também o IVA na compra do dito saco. É caso para se dizer que a consciência ecológica do Sr. Ministro é bem rentável para o Estado.

Mas, há mais pontas soltas nesta história dos sacos de plástico, pois, se a ideia é a de combater a poluição e criar hábitos verdes nos Portugueses, então, porque raio eu sempre que vou ao ecoponto fazer a reciclagem “vejo-me às aranhas” para deixar os plásticos no contentor, porque aquilo está sempre cheio? Deve ser, porque os Portugueses são os líderes do ranking da poluição Mundial.

Ainda sobre os sacos de plástico falta dizer que acho uma certa graça ao facto de os sacos leves serem taxados, mas já os mais grossos não. Quer dizer, os sacos de plástico mais fino poluem mais do que os de plástico mais grosso? De génio. Consciência ecológica no seu esplendor.

E já que falamos em consciência ecológica, é certo e sabido que para se produzir sacos de papel é necessário papel. E o papel vem de onde? Das árvores. Ora, a ideia de se taxar os sacos de plástico é a de diminuir a poluição, promovendo o aumento de abate de árvores para produção de sacos de papel? De génio.

E antes que surjam por aí ideias, há que dizer que os “trolleys” também têm plástico e não é pouco. Para mais, estes tais “trolleys” têm componentes em borracha. A borracha é ainda pior do que o plástico em termos de poluição. No entanto, lá está, a dupla taxação dos sacos de plástico é e será sempre em nome de uma forçada educação ecológica dos Portugueses.

Já a tal Fiscalidade Verde da Gasolina é o expoente máximo da consciência ecológica do actual Executivo. Ora vejamos: tudo indiciou que a intenção do Ministério do Ambiente era a de obrigar as petrolíferas a pagar a dita Fiscalidade Verde. E isto com base num apelo ao bom senso e nunca na base da obrigação de ter de o fazer. Tinha mesmo de ser assim, porque está mais do que visto que as Petrolíferas, quando não querem cumprir com as suas obrigações fiscais, não cumprem e ponto. Já o comum dos Cidadãos que resolva fazer o mesmo vê tudo o que é seu penhorado pelo Fisco.

Para mais, o Sr. Presidente da Galp já veio dizer que devem ser os Cidadãos a pagar a dita Fiscalidade Verde, porque o Mercado de Crude é muito volátil (ressalvo que o preço do Barril de Crude se mantêm nos mínimos históricos desde Junho/Julho de 2014… Deve ser da volatilidade do mercado). Ora, o aumento do preço da gasolina tem como principal consequência o aumento de tudo e mais alguma coisa. Sobe o preço da luz, sobe o preço da água, sobem os preços dos produtos que consumimos todos os dias, sejam eles bem essenciais, ou não, e por aí adiante. Tudo isto em nome de uma forçosa educação ecológica, claro está.

E mais uma vez coloco aqui um travão à malta que venha com certas ideias nesta história da Fiscalidade Verde, porque em Portugal, se há coisa que não funciona como deve, ser são os Transportes Públicos. As razões para tal são as mais variadas, mas a melhor de todas prende-se com o facto de o actual Governo ter mandado despedir Motoristas e extinguir carreiras dos STCP/Carris em nome da viabilidade financeira das ditas Empresas. O mesmo Governo que agora quer impor consciência ecológica a todos os Portugueses.

Share this article
Shareable URL
Prev Post

Sociedade em Dó maior

Next Post

Um desafio chamado Dakar

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Read next

Não somos o México

1 – Após ter seguido o “bate boca” entre Comissão Europeia e Governo Português por causa do rascunho do…