Depois de toda a polémica, nos últimos dias sobre David, uma das esculturas mais famosas do artista renascentista Michelangelo cabe-nos refletir sobre a importância do corpo humano no desenvolvimento de uma obra artística.
A arte é exímia no estudo do corpo humano, ninguém melhor que os artistas do renascimento para o comprovarem com as obras que nos deixaram e os milhares de estudos realizados com detalhes minuciosos. O nosso corpo é feito de particularidades extraordinários, seja por dentro ou por fora. O nu, não é apenas “deixar a nu” ou expor o corpo em si como um “objeto” é uma ode a todo o seu esplendor!
As conotações que o tempo e as religiões foram criando para nos dissociarmos desta beleza natural são castradoras e maliciosas. O excesso de pudor, em vez de nos fazer valorizar o corpo humano, torna-o sujo e pecaminoso, que para além de ser terrivelmente depreciativo é completamente falso!
A perfeição está na beleza como ela é, não acabe apenas nos cânones de hoje. Cada tempo tem os seus padrões, que refletem a cultura e a sociedade do momento e em todos sem exceção podemos apreciar o corpo humano pelos olhos do artista, com todos os seus pormenores.
É vital que a arte o faça, sem barreiras ou até pudor, dotada de uma liberdade que é só possível pela arte! Porque é que isso é importante?
Porque a arte existe para nos projetar para fora da realidade, abrir-nos novos horizontes, trazer-nos o belo, o criativo e o original. O corpo humano nesta equação é uma fonte de inspiração para a representação da beleza suprema da natureza humana. É uma fonte de inspiração inesgotável, é dele que somos feitos e representa o nosso exterior e interior. O físico e o não físico e cada corpo é único na sua beleza e unicidade.
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