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Até onde vai a verdade?

Por vezes a verdade dói. Por vezes a verdade é um alívio. Por vezes a verdade é feliz. Por vezes a verdade é triste. Por vezes a verdade é um fim. Por vezes a verdade é apenas o início.

O dicionário refere-se à verdade como “conformidade da ideia com o objeto, do dito com o feito, do discurso com a realidade. Diferente de erro, ilusão, mentira. Qualidade do que é verdadeiro.” No entanto, penso que a verdade não deve ser vista apenas como uma palavra, mas sim como um estado. Digo isto, porque a verdade não conhece raças, não conhece géneros, não conhece ideais. Apesar de muitos querem que a verdade se cinja a uma vertente.

Em 2009, saiu o filme de Ricky Gervais e Matthew Robinson, protagonizado pelo primeiro, “The Invention of Lying”, ou em português, “A Invenção da Mentira”. O filme começa numa sociedade em que a mentira não existe. O próprio verbo “mentir”, é algo totalmente desconhecido, em que o brutalmente honesto é normal, independentemente de sentimentos ou emoções.

Mark Bellison (Ricky Gervais) é argumentista numa produtora de cinema, que está restringido a filmes históricos, visto que sem a possibilidade de mentir, o conceito de ficção não existe. Trabalho este que lhe é retirado no início do filme, causando uma espiral de azares emocionais e financeiros. Quando é obrigado a ir ao banco por falta de dinheiro, depara-se com um erro informático, em que ninguém consegue aceder aos seus registos, quando lhe perguntam quanto dinheiro tem no banco, pela primeira vez na história, dá-se o ato de mentir, quando Mark diz que tem mais dinheiro do que na realidade tinha.

Com esta porta aberta, Mark consegue alcançar alguma felicidade, no entanto quando a personagem de Gervais, é confrontada com a situação de quase morte da sua mãe, e numa tentativa de dar conforto numa situação de medo e incerteza com o que a espera depois de morrer, cria a história do homem no céu. Um homem que a espera do outro lado, com amor e carinho, num ambiente feliz, que todas as pessoas de bom coração merecem. Com a morte da sua mãe, a história deveria ficar por ali, mas as enfermeiras partilham esta história e Mark passa a ser visto como um messias, a espalhar a palavra do homem no céu, na terra.

Uma história inventada, tornou-se assim uma verdade absoluta. Lembra alguma coisa, não?

A mãe de Mark, conseguiu paz com base numa mentira, essa mesma mentira trouxe desespero ao seu filho, que todos os dias era confrontado e perseguido por detalhes e “regras” para ir ter com o homem do céu, depois de se falecer.

O ponto principal é saber distinguir a verdade comprovada das verdades morais. Quando algo está cientificamente comprovado, é verdade e ponto final. A não ser que consigam provar do contrário de forma fundamentada. Por exemplo, o facto de a Terra ser redonda, ou as vacinas não causarem autismo.

No entanto, quando se trata de ideias religiosas, a verdade pertence a cada um. E cada um procura a sua verdade onde quiser. Desde que não se imponha aos outros, respeitando a liberdade pessoal de cada um.

A verdade é, na minha opinião, a melhor alternativa. No entanto, uma mentira pode ser uma fonte de grande conforto e cada um sabe de si.

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