A poesia. O género literário dos apaixonados… ou talvez não. Considerada uma das mais antigas formas de arte, os primeiros registos de poesia remontam às primeiras culturas letradas, que gravavam na pedra os seus poemas. Desde então, este género tem sido usado para expressar amor, tristeza, solidão, mas também como forma de luta política.
Mário Quintana definiu a poesia como uma forma de escrita que “não pára no tempo, não
aceita definição”. Se, didaticamente, definimos a poesia como o conteúdo escrito em rima, com versos e estrofes, a definição verdadeira da poesia vai para lá da rima e do formato tradicional que a ela associaram. A poesia é a canção da alma.
Para não deixar passar em branco o Dia Mundial da Poesia, que se celebrou a 21 de março, ficam algumas sugestões de livros cujos autores reinventaram a poesia a cada verso, desafiando as expectativas.
Uma Noite de Insónia, Wislawa Szymborska
Prémio Nobel em 1996, Wislawa Szymborska usou a poesia para explorar o seu vasto leque de interesses, das ciências à filosofia, da história à vida quotidiana, conseguindo transparecer, em qualquer poema sobre qualquer tema, algo de assombroso. Lírica, por vezes irónica, Wislawa permanece uma das poetisas mais subestimadas da sua geração: apesar de traduzida em 36 línguas, é ainda pouco conhecida a obra desta poetisa.
Como obra de iniciação à autora, sugiro Uma Noite de Insónia, uma antologia temática que reúne um conjunto de poemas cujo tema central são os animais.
O Amor é Um Cão dos Diabos, Charles Bukowski
Se existe autor mais ácido do que Charles Bukowski, ainda não conheci. Embora o tema central das suas obras seja o amor, está longe de o sofrer como Neruda, e talvez tenha sido isso que o aproximou das gerações mais jovens.
Para leitura, sugiro O Amor é Um Cão dos Diabos porque, todos sabemos, não há nada mais feliz e mais cruel do que um amor.
Obras Completas – Poesia, Mário Henrique Leiria
Um autor português incrivelmente subestimado, Mário Henrique Leiria é mais conhecido pelos seus pequenos contos. No entanto, o rei do surrealismo português escreveu também poesia – que se encontra reunida nas suas Obras Completas. Vale a pena ler.
Outros Jeitos de Usar a Boca, Rupi Kaur
Rupi Kaur é a poetisa da nova geração: a autora que, em 2022, declamou os seus poemas para uma sala completa, na Aula Magna. Combinando a escrita, a ilustração e a performance, Rupi Kaur é uma autora completa, trazendo à poesia as angústias, problemas e felicidades das gerações mais jovens. O seu Outros Jeitos de Usar a Boca não é um livro para ler – é um livro para ir saboreando.
Ela, Metafisicamente D’Outro Mundo, Poeta da Cidade
Se vos falar em Pedro Freitas, talvez não saibam quem é. Mas se dissermos que estamos a falar d’ O Poeta da Cidade, serão poucos aqueles que ainda não se tenham cruzado com o fenómeno do Instagram. Com uma perspetiva refrescante da poesia – e uma forma única de chegar aos jovens – este é o poeta que fez sensação nas redes sociais.
Ela, Metafisicamente D’Outro Mundo é o seu primeiro livro e basta ler as opiniões para saber que estamos perante um fenómeno.