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Venus Williams, uma força da natureza

Estilo de jogo poderoso e uma envergadura invejável, muito graças ao seu 1,85 m de altura. Nove títulos de Grand Slam individuais, 14 nas duplas com a irmã Serena e um Tour da WTA. 49 títulos individuais e 731 vitórias na carreira. Quatro ouros e uma prata olímpica. Esta descrição e palmarés (bem resumido, por sinal) pertencem a nada mais, nada menos que Venus Williams, uma das jogadoras de maior destaque no ténis internacional. Actualmente, aos 36 anos e a aproximar-se da idade em que muitos atletas já pensam em parar, ela ainda persiste e colhe louros de uma digna carreira no topo do desporto.

O ano de 2016 da norte-americana foi marcado tanto pelas derrotas para jogadoras novatas quanto por importantes marcas. Saiu cedo nos primeiros torneios de exibição do ano, inclusive sendo eliminada na estreia no Open da Austrália, por mão da britânica Johanna Konta. Na Fed Cup, contribuiu na vitória dos Estados Unidos frente à Polónia, que abriu caminho para uma nova vitória contra a Austrália nos playoffs e o acesso ao Grupo Mundial, do qual o país havia sido despromovido em 2015.

Venceu o Open de Taiwan, alcançando o 49º título individual da carreira, e retornou ao infame torneio de Indian Wells, que havia boicotado em 2001 em resposta a comentários racistas e acusações de que o pai, Richard Williams, teria influência no resultado das partidas em que as irmãs se enfrentam. Porém, perdeu na segunda ronda. No Open de França, caiu na quarta ronda. Em Wimbledon, foi eliminada nas meias por Angelique Kerber, mas venceu o torneio de duplas ao lado de Serena, a 14ª vitória das irmãs em Grand Slam.

Nos Jogos Olímpicos do Rio, voltou para casa apenas com uma medalha: eliminada na primeira ronda tanto em simples quanto nas duplas, ainda conseguiu chegar à final do torneio misto em parceria com o compatriota Rajeev Ram. Porém, perderam para a outra dupla norte-americana, Bethanie Mattek-Sands e Jack Sock, e tiveram que se contentar com a prata. No US Open, tornou-se a tenista com mais participações em Grand Slams, com 72, superando a histórica Amy Frazier. Caiu na quarta ronda para a checa Karolina Pliskova.

Esses são os episódios mais recentes de uma carreira que começou no longínquo ano de 1994, em que tinha uns meros 14 anos de idade. Em 1997, aos 17, estreou-se num Grand Slam, chegando à final contra Martina Hingis. No ano seguinte, entrou no grupo das 10 melhores do mundo. Em 2002, após três anos de dominação ao lado da irmã, tornou-se a número 1 do mundo, a meio de duelos acirrados com Serena, as compatriotas Jennifer Capriati e Monica Seles, além da belga Kim Clijsters. Venus tem a distinção de ter sido a primeira afro-americana a alcançar o posto desde a abertura dos torneios a profissionais, na década de 1960.

Falar da forma de jogar de Venus é falar de ataque e poder de fogo. Destra, é conhecida por seu backhand com ambas as mãos e por ter um serviço poderoso, fruto de sua altura e força física. Até 2007, era dona do serviço mais veloz de sempre: 207 km/h, registados no US Open daquele ano. Actualmente, a alemã Sabine Lisicki detém esse recorde (210 km/h). Rápida na quadra e com um jogo efectivo perto da rede, tem envergadura suficiente para cobrir território de forma eficaz, o que a torna uma adversária bastante perigosa na relva.

No entanto, a grande fraqueza de Venus, e talvez o maior problema a lhe afetar a carreira, é o longo historial de lesões. Já a partir de 2003, a então número 2 do mundo sofria de lesão abdominal. No ano seguinte, teve de abandonar partidas importantes por lesão. Em 2006, passou a parte final do ano a batalhar com uma dor no pulso que a forçou a falhar o US Open daquele ano. Em 2011, foi diagnosticada com o raro síndroma de Sjögren, uma doença autoimune que causa, entre outros sintomas, cansaço acima do normal, dores e dormência nos músculos. No entanto, isso não a deteve: em Londres, ganhou a terceira medalha de ouro nas duplas. Apesar de ter se lesionado nas costas em 2013, no ano seguinte, teve êxito na escalada de regresso ao top 10 do mundo.

Por mais que nos atentemos aos números, dados e resultados, a carreira de Venus é feita de muito mais que isso. A personalidade forte e a coragem para enfrentar as adversidades dentro e fora de quadra são características indeléveis da tenista. Um exemplo disso é a defesa do mérito do desporto feminino: Venus foi figura de destaque no debate sobre a igualdade de valor dos prémios dos torneios femininos e masculinos, batalha em que teve êxito em 2007, quando os organizadores de Wimbledon decidiram eliminar a disparidade que havia entre os prémios de ambas as competições.

Pensar que a tenista vive apenas de rebater bolas e ganhar troféus também é cair em equívoco. Licenciada em administração de empresas pela Indiana University East desde agosto de 2015, também é dona da EleVen, uma marca de roupas e acessórios desportivos, criada para canalizar sua popularidade internacional para além das quadras. O projecto já é consolidado no universo da moda desportiva e nasceu da curiosidade de Venus sobre design de moda e gestão de empresas, aliada às opiniões sinceras e o encorajamento de Serena.

A marca, além de constituir uma opção atractiva para os aficionados pelo ténis, também permite que Venus se aproveite de uma possibilidade interessante: a de levar as próprias roupas para os torneios. Um exemplo recente foram os Jogos do Rio, em que a tenista foi vestida em um modelo de desenho próprio e cores patrióticas, inspiradas na Mulher Maravilha, super-heroína das bandas desenhadas. Apesar de ter sido eliminada cedo, conseguiu atrair os holofotes e transmitir sua mensagem de inspiração e força da mulher. São mensagens como essa que alimentam os sonhos de muitas meninas ao redor do mundo, aspirantes a jogadoras de destaque.

Além da moda, Venus também se aventura no design de interiores, por meio da V*Starr Interiors, marca cuja clientela vai de clubes de ténis de alto padrão a complexos residenciais de luxo. Tudo isso são acções que partiram da visão de futuro da norte-americana. Habilidade atlética desaparece com o passar dos anos, mas a perspicácia e o espírito de curiosidade para embarcar em novos projectos foram essenciais para ela construir as bases de sua vida fora das quadras.

Duas décadas de uma carreira respeitável, inúmeros títulos importantes em seu nome… com a idade que tem, não já está na hora de sossegar? A depender de Venus, isso não ocorrerá tão cedo. Ela ainda pretende jogar pelo menos por mais quatro anos e chegar a Tóquio, em 2020, quando terá chegado aos 40 anos de idade. Mesmo assim, a chama da competição e a paixão pelo ténis são o que lhe faz treinar duro todos os dias e o desejo de continuar tendo voz activa na sociedade é a chave para ela alcançar novas glórias, até quando enfim decidir pendurar as raquetes.

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