+1 202 555 0180

Have a question, comment, or concern? Our dedicated team of experts is ready to hear and assist you. Reach us through our social media, phone, or live chat.

União Europeia: Com ou Sem Reino Unido?

Hoje em dia são poucos os países que vivem como o Reino Unido, simultaneamente na Idade Media e na actualidade. Apesar de estarem apenas a 35 km de distancia do continente, há nos ingleses umas certas manias (eles é que guiam do lado certo e eles é que são o continente) e uma maneira de ser e de pensar que os torna desconfiados sobre a Europa e a União Europeia. Como tal nunca aceitaram, nem fazem parte, da totalidade do projecto que é a União Europeia.

O Reino Unido tem uma grande preponderância dentro do continente e da UE. Não fosse ele a segunda maior economia e a principal potencia militar do continente europeu. É o principal aliado militar de uma grande parte dos países europeus e goza de relações privilegiadas com os restantes. Devido às boas relações que mantêm, tem acordos comerciais extremamente benéficos para ambos os lados. É, portanto, uma peça central, para não dizer a mais importante, do contexto europeu e do panorama da União Europeia, fazendo sentido que fizesse parte, na sua totalidade, do projecto que é a União Europeia. No entanto, recusa-se a assumir esse compromisso.

A recusa do Reino Unido em integrar o projecto europeu prende-se acima de tudo com dois factores. A soberania e a moeda. A Constituição da União Europeia obriga a que cada Estado-Membro entregue uma parte da sua Soberania ao Parlamento Europeu. Os Ingleses são sempre muito submissos até ao ponto em que a independência deles é ameaçada. Veja-se o caso da Magna Carta, em que os barões raptaram o Rei, obrigaram-no a assinar a Carta, declarando, entre outras reivindicações, uma separação de poderes entre o soberano e o parlamento e foram-se embora. Para eles, entregar uma pequena parte que seja de soberania a uma entidade que não seja o Parlamento Inglês é algo inconcebível. Por outro lado, os ingleses também recusam que outra entidade lhes diga o que devem fazer. O outro grande factor que impede a adesão total à União Europeia é o projecto da moeda única, o Euro. Passo a explicar: o Primeiro-Ministro inglês serve ao dispor de Sua Majestade (at her Majesty’s pleasure), o que permite, resumidamente, à Rainha dissolver o parlamento e demitir o Primeiro-Ministro sem grande justificativa, com a salvaguarda (desde 2011) de, no máximo de 5 em 5 anos, haver eleições gerais. Isto é, uma eventual demissão do Primeiro-Ministro não implica necessariamente a dissolução do Parlamento e eleições (veja-se o caso da saída de Tony Blair e da entrada de Gordon Brown), o que se traduz por uma estabilidade política enorme. Algo que, por sua vez, faz com que a estabilidade financeira e económica do pais seja muito boa, implicando, por isso, que a libra seja forte. Mais forte que o Euro. Não era, portanto, vantajoso para o Reino Unido adoptar o Euro.

Nos anos recentes, tem-se assistido ao crescimento de um sentimento euro-céptico por toda a Europa, largamente apoiado pela crise que vivemos e em lugar algum é este sentimento mais forte do que no Reino Unido. O United Kingdom Independence Party advoga a saída do Reino Unido da União Europeia o quanto antes. Nota curiosa e ao velho estilo inglês, onde o partido tem mais expressão parlamentar é no Parlamento Europeu. Contudo, este jogo que o Reino Unido joga com a União Europeia não pode continuar por muito tempo. O Parlamento de Westminster tem de tomar uma decisão, caso contrário, corre o risco de não ser a decisão que a União Europeia quer.

Share this article
Shareable URL
Prev Post

Uma caixa cheia de cores

Next Post

Os 12 anos de Vida de Boyhood

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Read next