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Um ensino que asfixia a criatividade

Faça um exercício. Feche os olhos e pense no professor que mais o marcou. O mais certo é não ter sido o que se baseava a vomitar a matéria. O mais certo é ter sido aquele professor que em dias de Sol fazia questão de dar a aula na rua, ou aquele que arranjava sempre tempo para contar uma história. Normalmente, são esses que marcam. Há muito que o papel de professor deixou de se limitar à transmissão de teorias, muitas delas em completo desuso, mas sim na adopção de uma postura activa, onde a criatividade tem lugar. A questão que se coloca agora é se as constantes alterações do Ministério da Educação terão posto em causa a criatividade destes profissionais e de que modo esta característica tem, ou não, peso na formação de um jovem.

É sabido que a profissão de professor é desgastante, sobretudo, a nível mental. O estado psicológico destes profissionais pode variar dentre diferentes sentimentos – alegria, frustração, tolerância, empenho, medo, ou desânimo. É lidar com alunos complexos, pais, a correria do dia-a-dia, as avaliações, o preparar as aulas, as reuniões, etc. Não é, por isso, de admirar que muitos docentes peçam a reforma antecipada. Em Portugal, estes profissionais, além de tudo isto, têm a condicionante de serem dos que trabalham mais. O último relatório anual da OCDE sobre Educação, Education at a Glance, comprova isso mesmo – só os professores do secundário passam 774 horas por ano a ensinar. Mais 110 horas do que os seus colegas de outros países. O que implica terem menos tempo para se dedicarem a outras tarefas. Ainda por cima com turmas enormes, algumas delas com 30 alunos.

Um ensino que asfixia a criatividade_imagem1Assim, torna-se difícil abandonar um sistema que teima em assentar na homogeneização dos alunos, asfixiando, com isso, as qualidades dos melhores professores. Uma escola que acaba por não ser mais que uma colecção de salas de aulas e um ensino feito de repetição de actividades pré-formatadas, iguais a tantos outros anos. Cada aluno é um aluno, complexo e singular. Sabe-se que, o facto de o sistema incentivar que se ensine o grupo, invés do individuo, leva muitas vezes a que os jovens não compreendam a matéria, perdendo assim o interesse. Um problema que só será solucionado, quando forem dadas condições aos professores criativos e apaixonados de estimularem a imaginação e a motivação dos alunos.

Os mais prejudicados são os alunos. A criatividade é uma característica presente em todas as crianças, mas, se não for estimulada, pode desaparecer. Se é na escola que passamos grande parte da nossa vida, deveria ser aí que mais deveríamos ser incentivados, através de professores que, valendo-se da sua criatividade, tornassem as aulas interessantes. O que não acontece. Numa sociedade global e competitiva como a nossa, a criatividade é uma qualidade valorizada. Por isso mesmo, é urgente que o Ministério da Educação crie condições para que a criatividade dos alunos seja desenvolvida, já que essa poderá ser a revolução que falta no nosso sistema de ensino.

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