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Todos vimos da Terra

Mais de 16 milhões de adultos norte-americanos (cerca 7% da população) acham que o leite achocolatado provém de vacas castanhas, segundo revela um estudo do Centro de Inovação dos Estados Unidos da América.

Entretanto, o algodão doce vem dos unicórnios e as galinhas vêm já depenadas… Piadas à parte, as áreas rurais não são apenas a base física de um sector económico, nem são o residual ou o “resto” do que não pertence às cidades. A ruralidade e a agricultura são mais que os quintais das grandes cidades. A relação entre o campo e a cidade continua em muitos casos a ser condescendente e repleta de estereótipos e complexos de inferioridade.

Os costumes rurais e as belezas da vida campestre e da natureza contrastam com a base material do progresso, sendo que o progresso não é apenas material, é um processo que também incide no âmago da história e nos patrimónios materiais e imateriais. Não se pode negar a ruralidade como se fosse algo de negativo, desvalorizando o campo e até criando um complexo de inferioridade – nem todas as vilas vão ser cidades e nem todas as aldeias vão ser vilas.

O enaltecimento da importância do campo e a preservação de identidades locais muitas vezes passam ao lado. Actualmente, temos uma sociedade cada vez mais centrada nas grandes cidades, na ideia que a força anímica da civilização pós-moderna está nas cidades e que a urbanidade é o veículo da globalização e do capitalismo industrial. Será que existe outro caminho que leve a uma solidariedade entre territórios e formas de conhecimento?

As parcerias locais podem constituir estratégias de base territorial, de suporte às políticas sociais activas e especificamente às políticas de promoção de um desenvolvimento rural que corresponda aos novos paradigmas da ruralidade do século XXI.

Um território é um quadro vivo de pessoas e relações. A terra é uma tela que é pincelada ao longo do tempo. A tradição pode e deve ser inovada e levada a novas gerações.

A educação agrícola e alimentar é importante e, hoje em dia, muita gente, nomeadamente crianças de grandes centros urbanos e não só, não conhecem as plantas em especial as árvores de fruto e as hortícolas e pensam que vem tudo já embalado e pronto a comer. É importante que exista um conhecimento dos animais e de como a ruralidade é importante para a qualidade e para a produção de alimentos saudáveis.

Um grupo de Investigadores da universidade de Cambridge que procurava quantificar “o conhecimento da natureza das crianças” fizeram uma pesquisa com crianças dos 4 aos 11 anos na Grã-Bretanha. Os Investigadores fizeram um conjunto de 100 cartões de imagem, cada um mostrando uma espécie comum de plantas britânicas ou animais selvagens. Também fizeram um conjunto de 100 cartões com imagem, cada um mostrando uma “espécie comum” de Pokémon. Foram, então, mostradas uma amostra de cartas dos dois conjuntos e pediram para identificar as espécies para cada cartão.

Os resultados foram impressionantes! As crianças de 8 e mais anos eram “substancialmente melhores” na identificação de “espécies” de Pokémon do que “organismos como carvalhos ou texugos”: cerca de 80% de precisão para Pokémon, mas menos de 50% para espécies reais… E isto foi antes do lançamento do Pokémon Go.

A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas.

– Johann Goethe

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