+1 202 555 0180

Have a question, comment, or concern? Our dedicated team of experts is ready to hear and assist you. Reach us through our social media, phone, or live chat.

Ser Mulher no Afeganistão

Treze vidas, treze histórias marcadas por uma cultura patriarcal e tradicional, treze mulheres que ousaram contar a sua história de desigualdade e opressão. “As Mulheres Afegãs – Histórias por Detrás da Burka”, de Zarghuna Kargar, uma jornalista afegã refugiada em Londres, é um livro que reúne histórias, contadas no programa radiofónico, “Afghan Woman`s Hour”, emitido pela BBC, até Janeiro de 2010, demonstrando o que é ser mulher no Afeganistão.

Nos últimos anos, temos assistido a uma evolução do papel da mulher na sociedade afegã – actualmente, existem mais de 60 membros do sexo feminino no parlamento –  porém, a violência e o domínio exercido sobre as mesmas continua, na maior parte dos casos, a ser esmagadora, sendo que, aproximadamente 57% das jovens afegãs se casam antes dos 16 anos. 

Embora o regime talibã, movimento fundamentalista islâmico nacionalista, tenha caído em 2001, e nas eleições presidenciais, realizadas em 2004, tenha ganho o actual presidente afegão, Hamid Karzai, pró-americano, os talibãs ainda exercem um grande poder sobre o país, principalmente na região norte, organizando-se em forma de guerrilhas, promovendo inúmeros ataques terroristas no país e além-fronteiras. Contudo, é, principalmente, a nível cultural que este grupo consegue exercer uma grande influência sobre a sociedade afegã.

Recusando-se a reconhecer a igualdade de géneros e as leis que tentam assegurar a equidade entre as mulheres e os homens, a mentalidade de muitas famílias afegãs, reforçada pela ideologia talibã, continua a ser o maior obstáculo que as mulheres enfrentam. O simples acesso à educação é, muitas vezes, impedido pelos patriarcas por considerarem que o lugar da mulher é em casa, estimando-se, segundo dados da ONU, que cerca de 48% das mulheres afegãs sejam analfabetas.

Aquelas que conseguem ter um acesso mais facilitado à educação e outros serviços integram uma faixa privilegiada da população que possui uma certa condição financeira, permitindo-lhes aceder a bens e serviços que a maioria das mulheres afegãs nem imagina ser possível ter.

A democratização no acesso à educação, ao mercado de trabalho e a própria condição da mulher afegã só chegará a todas as camadas sociais quando as mentalidades mudarem e a sociedade for educada a pensar na mulher como uma pessoa de direitos e deveres igual ao homem.

Share this article
Shareable URL
Prev Post

O traficante de sonhos

Next Post

Família disfuncional (II)

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Read next

Convite ao baile

As festas de fim do ano remetem para o imaginário dos concertos de ano novo e das valsas vienenses. Este ano, no…