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A América pode ser Arranjada?

“Quatro anos depois, mesmo quem votou pela reeleição está mais cauteloso”, afirma o jornal o Globo acerca da reeleição do Barack Obama.

No dia 20 de Janeiro de 2009, Barack Obama toma posse como 44º presidente dos Estados Unidos da América. Conhecemos, então, o primeiro presidente afro-americano desta nação. Tal como conseguiu convencer muitos eleitores na sua campanha eleitoral, Barack Obama consegui também que muitos, não só cidadãos norte-americanos, mas também indivíduos do mundo inteiro, acreditassem que a América iria tomar um rumo diferente daquilo a que todos estavam acostumados.

Logo que começou o seu mandado, mas também antes, ainda no período eleitoral, foram muitas as promessas feitas pelo presidente. Não podemos atirar-lhe as pedras dizendo que não cumpriu o que prometeu, quantos não o fazem? Também não podemos afirmar que cumpriu tudo. Porém, o simples facto dele ser afro-americano significou uma mudança na história da nação mais poderosa do mundo.

Ao longo de quatro anos, período do seu primeiro mandato, o presidente norte-americano fez vários planos relativamente à política externa, como a elaboração de um plano para acabar com as missões de combate no Iraque e retirar todas as tropas americanas deste território até o final de 2011, o assinar, um ano mais tarde, de um acordo de desarmamento com o presidente da Rússia, então Dimitri Medvedev, e, depois da captura e da morte do ditador Muammar Kadhafi, Obama disse que a Líbia seria livre e a viver uma “nova era prometedora”. Quanto à política interna, depois da tomada de posse como presidente, decretou um plano de estímulo de 787 biliões de dólares, para impulsionar a economia americana, mas também o plano relativamente à saúde, o Obamacare, entre muitas outras medidas. No entanto, mais de quatro passados, a Líbia ainda não está livre, continuando presa a uma guerra civil, e a economia americana não recuperou depois da crise financeira. Prova disso foi o recente Shutdown, quando alguns dos serviços públicos encerraram, como consequência da maioria republicana no Congresso ter bloqueado a aprovação do quadro orçamental.

Apesar do presidente não conseguir cumprir tudo o que prometera, como é o caso, por exemplo, do enceramento do centro de detenção americano na Baía de Guatánamo, em Cuba, não podemos afirmar que nada mudou, deste que ele ocupou o cargo que tem actualmente. Talvez seja por isso que quatro anos depois, ele tenha sido reeleito para um segundo mandato. Segundo o jornal brasileiro O Globo, a reeleição deu-se num clima de euforia, mas também com alguma precaução. “Sobrou alegria na posse do segundo mandato, mas, quatro anos depois, mesmo quem votou pela reeleição está mais cauteloso. Os americanos esperam que Obama cumpra as promessas feitas, durante a campanha da reeleição, embora reconheçam que a tarefa não será nada fácil.”

O economista Dean Baker, do Centro de Pesquisa em Política Económica de Washington, afirma que um dos maiores problemas que o Obama enfrenta, como presidente, é o défice da balança comerciam dos EUA. “Nós precisamos de sair do défice comercial, coisa que não acontece nos Estados Unidos desde a década de 1970”, diz. Contudo, mais do que problemas económicos, o actual presidente confronta-se também com problemas sociais. Foi eleito pelas minorias, com um sentimento de esperança de melhoria da sua posição na sociedade norte-americana, só que, neste período, muitos foram aqueles que regressaram aos seus países de origem não por vontade própria. O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal O Estado de S. Paulo, afirma que este assunto foi deixado de lado pelo presidente. Obama optou “por intensificar a deportação de estrangeiros sem documentos nos EUA, atingindo o inacreditável número de 1,4 milhão”, apesar de o presidente abordar este assunto de forma diferente no discurso que fez na tomada de posse do segundo mandato como presidente. “A luta pela igualdade não estará terminada enquanto os imigrantes não tiverem direitos iguais a todas as outras pessoas”

Daniel Nasaw da BBC News apresenta cinco desafios que o presidente teria de ultrapassar neste segundo mandato. O primeiro, a economia dos EUA encontra-se em dificuldades, com os valores de desemprego historicamente elevados, apesar de terem descido, e o crescimento económico muito lento. O segundo, é a crise financeira e o défice orçamental, que obriga, como refere Nasaw, a que “a partir de 1 de Janeiro haja aumento de impostos e cortes nos gastos do governo, que irão afectar praticamente todos os americanos e podem devastar a já fraca economia – a não ser que o Congresso tome alguma medida.” O terceiro é a questão do Irão, que, segundo Karim Sadjapour, analista no Carnegie Endowment for International Peace, em Washington, “os EUA e o Irão estão essencialmente em um estado de guerra fria. Será que o quadro internacional está preparado para mais uma guerra? Será que o próprio país, está preparado? Os custos da Medicare, o programa de saúde do governo para americanos com mais de 65 anos de idade, representa o quarto desafio para o presidente. Por último, a actuação com o Congresso, que continuará dividido, com os republicanos com o controle da Câmara dos Representantes e os democratas mantendo uma vantagem no Senado. Nada sugere que os republicanos terão mais disposição de entrar em acordo com os democratas do que no primeiro mandato de Obama, por isso será mais difícil implantar novas decisões, nomeadamente novas leis, já que, para isso, é preciso haver um acordo.

Estes são só alguns dos exemplos das questões que, segundo várias personalidades, os americanos enfrentaram, ou ainda vão ter que enfrentar até chegarem à estabilidade económica que procuram, mas o que será do país até lá? Será que continua a ser a mesma potência que tem sido no último século? Segundo um relatório da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico), os Estados Unidos da América devem perder o título de maior potência mundial para China em quatro anos.

A América pode ser Arranjada_1Não podemos esquecer-nos do facto de que, hoje em dia, os EUA não serem a única potência mundial em termos económica, nem culturais, nem em recursos humanos, como acontecia na época pós-Guerra Fria. Cada vez mais países como a China, o Brasil, a Índia e a Rússia, adquirem maior visibilidade internacional e vantagens competitivas. Por exemplo, a numerosa população asiática permite uma mão de ora cada vez mais barata, mas também um mercado cada vez maior e inexplorado ainda por muitas empresas.

Sabemos também que os Estado Unidos da América já não têm o poder e a influência que detinham há alguns anos. Quando os EUA queriam invadir o Afeganistão, em 2001, ninguém os impediu e a guerra ainda continua mesmo depois de doze anos. Não aconteceu o mesmo com a Síria. Falou-se de uma possível invasão à Síria, depois do trágico dia 21 de Agosto, dia em que morreram mais de 500 pessoas e milhares de feridos. O presidente dos Barak Obama, que tinha insistido numa acção militar como resposta a este ataque químico, acabou por não ver o seu desejo realizado. Vários foram os países que votaram contra. Só com este exemplo da Síria é possível afirmar que a voz que os Estados Unidos da América tinha, não é mais soberana, nem sequer tão forte como antigamente.

Se calhar a nós, que crescemos a ouvir que a América do Norte é a maior potência mundial, tanto a nível económico, como cultural, dificilmente esta visão será mudada, mas é possível dizer o mesmo das gerações futuras? Será que a mesma América que foi para nós continuará para aqueles que hoje ainda são crianças? Os Estados Unidos da América como potência fazem parte de um ciclo histórico, onde, antes deles, era a Europa que detinha este estatuto, mas também outras culturas, como por exemplo, a China Imperial ainda antes de Cristo. Quem será a próxima potência? Ou será que os norte-americanos encontrarão uma receita milagrosa e voltar a sua posição gloriosa que outrora tiveram?

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