Todos temos receios e barreiras que julgamos serem inultrapassáveis. Baseamo-nos em experiências passadas e criamos as nossas próprias limitações. Ainda que digam que aquilo com que sempre sonhamos está do outro lado do medo, daí até termos a coragem necessária para agir parece ir uma grande distância.
Muitas vezes quando estamos perto de algo que nos assusta, algo a que não estamos habituados, sentimos uma forte tendência a recuar. Em relação a medos físicos e psicológicos, medo de coisas ou situações. Recuar para um lugar seguro e confortável parece a solução mais lógica.
Contudo, o que acaba por acontecer é que nos deixamos definir pelo medo, somos o medo em toda a sua forma e não nos dissociamos dele. Assim, ao identificá-lo e enfrentá-lo estaremos, efetivamente, a provar o contrário do que sempre pensamos, a retirar limites e barreiras ao território que consideramos ser a “zona de segurança”.
Mas, afinal, qual é a importância de ultrapassar medos, se isso parece retirar-nos do ambiente que é tão reconfortante?
Fazer o que julgávamos impossivel é o que nos motiva para continuar, para ultrapassar barreiras interiores e aproveitar ao máximo todo o nosso potencial. Dá-nos poder, confiança e capacidade para fazer muito mais e não deixarmos que as nossas capacidades sejam subaproveitadas. No final, esta confiança e experiência deixam-nos sonhar mais alto, permitindo-nos atingir os nossos objetivos mais ambiciosos e sonhos mais inacreditáveis e arrojados.
Os finais maravilhosos existem sim, por muito que haja momentos em que nada parece correr bem, fazer sentido, ou valer a pena lutar. Mas são as pequenas coisas, as pequenas mudanças, os pequenos objetivos atingidos, os pequenos medos ultrapassados que nos ajudam a construir a capacidade, a fé e, acima de tudo, a confiança para largarmos o que não interessa e para agarrarmos com todas as nossas forças as oportunidades mais incríveis para irmos além das nossas limitações.
Nem sempre ultrapassar medos é algo que nos motiva. Nem sempre tudo corre bem. Às vezes só depois de muitas tentativas e desilusões. E parece tão assustador na nossa cabeça, que pensamos incessantemente em desistir, que tentamos arranjar todas as desculpas paa sairmos daquilo que parece, por vezes, absurdo e irrealista. Mas é a ação contínua que nos permite ir mais longe e deformar todos os moldes em que nos encaixávamos antes. Porque as limitações não passam de sinais do caminho que devemos seguir para nos tornarmos quem sempre quisemos.