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Quando a moda se cruza com a pornografia

Dizem que a moda se fundiu com o digital e que o marketing é o seu melhor amigo. Com a pornografia a crescer a olhos vistos diante dos ecrãs, estará a indústria da moda a apostar neste mercado como uma nova técnica de marketing?

A relação entre a moda e a pornografia não é novidade do século XXI. Recuando até aos anos 80, num anúncio da Calvin Klein, protagonizado pela atriz e modelo Brooke Shields, é bem visível uma quantidade q.b de sensualidade e uma pitada de provocação. De calças de ganga, botas e uma camisa com apenas um botão, Brooke Shields perguntava ao espectador: “Sabes o que está entre mim e os meus Calvins?” A resposta era, simplesmente, nada. Esta interrogação causou tanto impacto junto do público que foi utilizada em posteriores anúncios. Apesar de considerarmos o conteúdo desta publicidade inofensivo, a verdade é que foi considerado impróprio e até banido em vários canais norte-americanos. Eram os primeiros passos a serem dados deste encontro entre a moda e a pornografia.

Voltando até aos dias hoje, conteúdos com conotação sexual são o pão nosso de cada dia. Quando folheamos uma revista, quando vemos televisão ou quando somos atraídos pelo poder do Instagram, a sensualidade é uma presença assídua, ela está diante dos nossos olhos e, muitas das vezes, nem pestanejamos. Se há celebridade que é assumida fã do match sensualidade + provocação, é Kim Kardashian. A socialite americana é adepta nº1 das redes sociais, usando e abusando do Instagram para postar fotografias com um cunho marcadamente sexy. Com as suas publicações, Kim Kardashian agita a opinião pública, preenche manchetes atrás de manchetes e torna-se o assunto mais falado do momento no Twitter. É a máxima “o sexo vende” em ação no mundo digital.

Numa sociedade em que a liberdade sexual é assumida sem pudor e em que a novidade deixou de ser tendência, para prender o público é preciso algo que o choque, que faça o seu coração disparar e a crítica aguçar. Para alguns profissionais de marketing, o futuro da publicidade passa pela pornografia.

A barreira que separa o mundo da moda e o mundo da pornografia deixou de existir para algumas marcas bastante conhecidas do público, entre elas a Diesel, a Vivienne Westwood e a Eckhaus Latta.

Em 2008, a Diesel para celebrar as suas 30 primaveras fez uma campanha com vídeos pornográficos de 1980. Às imagens originais, foram sobrepostos cartoons com cenas do dia-a-dia, em que podemos observar, entre as várias imagens, uma mulher a tocar guitarra e outra a usar um gira-discos. Em 2016, a marca decidiu alterar a sua estratégia de marketing, passando a fazer uso das aplicações Tinder e Grindr e dos sites de pornografia PornHub e YouPorn, com o intuito de promover os seus produtos a um público atento às questões sexuais. Meses depois da Diesel começar a anunciar nestas plataformas, Renzo Rosso, fundador da marca, afirmou à publicação Fashion Unfiltered que os resultados revelaram-se “incríveis” com a nova estratégica de marketing.

https://www.youtube.com/watch?v=h71of7–VMs

A pornografia e a moda cruzaram caminho com Vivianne Westwood. A marca britânica introduziu o ator pornográfico Colby Keller no mundo da moda, com a campanha da coleção Primavera/Verão 2016. Fotografada nas ruas de Veneza, Keller chegou a posar nu de frente, apenas com um casaco preto e umas botas pretas de salto alto.

A Eckhaus Latta, no casting para a sua mais recente campanha, tinha como requisito encontrar modelos que se sentissem à vontade para fazer sexo diante das câmaras. E assim foi, depois de longos 6 meses de casting, a campanha conheceu a luz do dia. Baseada numa série de imagens de casais verdadeiros, tanto heterossexuais como homossexuais, a fazerem sexo nos seus quartos, o impacto junto do público foi garantido. À revista W, Mike Eckhaus, co-fundador da marca norte-americana Eckhaus Latta, revela que para a campanha “era muito importante pensar no sexo como algo natural e não como algo fabricado, híper-sexualizado ou tabu”.

O sexo deixou de ser um prazer destinado a uma, duas, três ou quatro pessoas para passar a ser consumido por uma comunidade imersa na publicidade. É a moda a cruzar-se com a pornografia em nome do mercado capitalista.

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