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Prost vs Senna – Duelo imortal

A maior rivalidade de sempre na Fórmula 1, foi de longe entre o brasileiro Ayrton Senna e o francês Alain Prost. Senna, conquistou popularidade por todo o mundo, ao competir com um estilo perigoso, irreverente e egocêntrico. Tornou-se um mártir, sobretudo, no Brasil, desde a sua morte em 1 de maio de 1994, Imola – Itália, quando grande parte dos brasileiros foi as lágrimas com o fatídico acidente. Num ano, em que o francês Alain Prost, apelidado de “professor”, ganhou o seu 4º campeonato mundial.

Alain Prost e o seu aqui-rival Ayrton Senna, protagonizaram as mais emblemáticas disputas na Fórmula 1 com vários duelos em diferentes momentos de suas carreiras. Proporcionando momentos deliciosos aos fãs desta competição, nunca mais houve nada igual. Esta rivalidade teve o seu auge nas temporadas de 1988, 1989 e 1990, anos em que os dois pilotos foram os grandes protagonistas.

Em 1989, no Grande Prêmio do Japão, realizado em Suzuka, Senna estava proibido de falhar, mas deu um autêntico tiro no pé, quando imprudentemente, ao chegar muito rápido numa chicane acabou por provocar o contacto, resultando num acidente com Prost, o que deitou por terra as possibilidades para o título de Senna. O brasileiro, não aceitou o seu erro e ainda culpou o seu colega da Mclaren pelo sucedido.

Um ano depois, a 21 de outubro de 1990, a corrida decisiva era na mesma pista de Suzuka, depois desta etapa, faltava apenas disputar a corrida da Austrália. Ayrton tinha 78 pontos contra 67 do francês, agora na Ferrari. Contudo, o brasileiro, estava ainda com esse errado sentimento de injustiça. O primeiro objetivo das rivais Ferrari e da Mclaren era garantir os seus dois pilotos, na frente da grelha de partida, de modo a facilitar a caminhada de Senna ou Prost rumo ao título. Nenhuma o conseguiu. Senna fez uma pole-position milagrosa, com um segundo de vantagem sobre o Ferrari de Prost, enquanto Mansell ficou à frente de Gerhard Berger. O tão esperado duelo entre Senna e Prost não passou de oitocentos metros. Mesmo não sendo pole-position, Alain Prost ganhou vantagem e Senna que largou do lado sujo da pista, abalroou deliberadamente o seu carro contra o Ferrari de Prost a 260km/h, logo na primeira curva, garantindo assim o bicampeonato.

Prost chegou a pensar abandonar a Fórmula 1 e comentou: “O que ele fez foi desprezível. É um homem sem valor!” Um ano depois, Senna admitiu que a manobra foi premeditada. No fundo, ele sabia que a sua velocidade não conseguia derrotar a consistência e resistência do “professor”, queria ganhar a qualquer custo. Certo é que o acidente entre ambos deu o título ao brasileiro, que se sagrou bicampeão mundial. Um precedente que colocou em causa a ética e verdade desportiva desta competição, tendo sido um ato muito condenado pelos amantes da modalidade.

Senna conquistou muitos fãs com o seu estilo agressivo e inseguro, era rápido e exímio no piso molhado, verdade se diga, foi sempre um bom concorrente do “professor”. Porém, é praticamente unânime, que o mais completo e melhor de todos os tempos foi o francês Alain Prost, tetracampeão da categoria em 1985,1986,1989 e 1993. É a opinião não só de Bernie Ecclestone, um verdadeiro dinossauro da Fórmula 1, mas de muitos outros especialistas.

“É difícil dizer qual o melhor, mas se tivesse que escolher um ao longo dos anos, escolheria o Prost. Ele foi melhor que Senna e Schumacher. Michael teve muita ajuda com os times por onde passou e com os companheiros, bem como o Senna. Mas o Prost nunca teve estes tipos de privilégios. Ele sempre teve rivais mesmo dentro da própria equipa” – disse Eddie Jordan, em entrevista no programa Top Gear.

“Sempre critiquei Senna, por ele dizer que se houver um espaço você tem de tentar, e se não o fizer, não é um grande piloto. Isso é errado. Houve muitas vezes em que ele fez coisas intencionalmente que outros grandes não fariam. Fangio não faria. Jim Clark não faria. E Prost também. Acho que Prost é melhor que Senna; o professor era mais completo. Gostava de Ayrton como amigo e amava seu entusiasmo e espírito ao pilotar, mas para ser um grande você precisa fazer isso consistentemente. Ele teve muitas colisões e, inclusive, é por isso que também não considero Schumacher o melhor de todos os tempos” – Afirmou o escocês Jackie Stweart

A relação entre os dois, só ficou mais próxima depois de Prost se aposentar em 1993, altura em que tinham conversas bem longas e sobre temas pessoais, inclusive Senna chegou-lhe a pedir para voltar a competir. “Ele era uma pessoa estranha e especial”, conta Alain Prost. “Toda a semana me perguntam algo sobre Senna. O que tivemos foi grande”.

O “professor” era consistente, seguro, o seu objetivo era ser eficaz, mesmo não sendo eficiente ao extremo, era equilibrado e prudente nos riscos que tomava. Na tentativa de ser o mais rápido em pista, Senna corria riscos, despistava-se, cometia erros atrás de erros. Sem Ayrton Senna, Nelson Piquet ou Niki Lauda, o francês Alain Prost teria tido uma carreira demasiado tranquila, tal como Michael Schumacher que nunca teve ninguém à sua altura, e isso teria arruinado a mística e audiências da Fórmula 1.

A Fórmula 1 não é Dominó Artístico, não há lugar para erros e manobras arriscadas. No entanto, devemos estar gratos a Senna, por toda a emoção, pela luta desenfreada, sem isso, não teria tido o mesmo sabor. Ficará sempre a dúvida, será que o brasileiro teria conseguido entrar para o álbum de ouro da Fórmula 1, tal como os mais bem-sucedidos pilotos de sempre, Alain Prost, Schumacher ou Juan Manuel Fangio?

Senna sabia da dificuldade em ultrapassar Prost, era uma tarefa quase impossível, por isso, era importante conseguir a pole-position, o seu forte. Certo é que o mago brasileiro, foi rápido demais a deixar este mundo, mas o duelo não morreu, ficou eternizado na memória dos fãs da F1. Será sempre a irreverência, audácia, destreza e imprudência de Senna, contra o pragmatismo, cautela, eficácia e sabedoria do “professor” Prost.

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