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Os meus mortos

Preciso de pensar que as tragédias acontecem por algum motivo, que não são só caprichos divinos.

Perder alguém que amamos é perder um mundo, é ter uma cicatriz na alma, é ficar sem uma parte de nós. É uma catástrofe pessoal e uma injustiça.

Por isso tenho de acreditar que essa pequena morte que os vivos sofrem(os) quando alguém parte nos traz um sentido e uma razão, mesmo que a dor cega em que vivemos não nos permita perceber imediatamente quais são. Tenho de acreditar que ficar sem alguém importante para nós nos dá uma razão para lutar, para fazer da nossa vida algo que valha a pena. Mas, principalmente, preciso de acreditar que eles estão em paz, a olhar pelos seus vivos; a lembrar-nos – com a sua presença permanente na nossa memória e na nossa alma – que devemos fazer pelos nossos mortos o que não lhes foi permitido – o que lhes foi, derradeiramente, negado – fazer a eles próprios: viver. Continuar a viver. E aproveitar cada experiência, cada sonho, cada momento. Viver. Viver a sério.

E a dor que nos deixam ao partir faz-nos ir abaixo. Chorar, gritar, negar, desistir. Mas também se pode transformar; também se torna numa força incrível para concretizar o impossível, seja mudar o mundo one step at a time, ou seja simplesmente sorrir de novo, viver feliz depois de uma dor (de muitas dores!) que nos pulveriza a alma.

Viver. Viver feliz e viver a sério.

Espero conseguir honrar os meus mortos.

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