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Os Guardiões da Galáxia vol. 2

A principal arma do vol. 1 de Os Guardiões da Galáxia foi a surpresa. Quando este peculiar quinteto fez a sua estreia em 2014, eles representaram a aposta mais inesperada dos estúdios da Marvel até à data. Claro que estamos a falar da empresa que pegou num surfista australiano, deu-lhe um martelo mágico e criou mais um sucesso de bilheteira para juntar a uma lista de sucessos que já vai longa. Contudo, manda a sensatez que um filme com um guaxinim falante, uma árvore com vida, um ex-lutador de luta livre, uma guerreira verde e um pateta alegre (mais conhecido pelo seu papel em Parks and Recreation) seria uma aposta um pouco excessiva.

Bem, sejamos sinceros: a sensatez pode ir bater a outra porta. Guiado pela sensibilidade indie e, por vezes, deliciosamente extravagante de James Gunn, Os Guardiões da Galáxia foi um prazer de assistir, combinando humor com acção sci-fi que conseguiu honrar os amantes de Star Wars, fez a dança da vitória nas bilheteiras de todo o mundo e tornou-se parte integrante da lista dos “Melhores Filmes da Marvel” de muitos. Em suma, We were Groot!

Porém, quando se perde o elemento surpresa, dar seguimento a isto não é tarefa fácil. Apesar dos meus receios, felizmente, posso dizer que os Guardiões voltaram a conquistar-me, ao serem uma sequela que mantém o seu foco nos personagens pelos quais nos apaixonámos da primeira vez, enquanto aumentou o volume em todos os sentidos.

Depois do sucesso do primeiro filme, a Marvel deu a Gunn toda a liberdade criativa possível. E essa confiança é evidente logo na sequência inicial de créditos, que nos apresenta uma cena de acção montada de uma forma hilariante e muito pouco ortodoxa, ao mesmo que dá ao incrivelmente querido Baby Groot um momento glorioso de atenção e indica-nos que o “Awesome Mix Vol. 2”, a banda sonora que acompanha o filme todo, será tão boa como a Vol. 1.

E, durante grande parte do tempo, essa também parece ser a trajectória do filme. Se o primeiro filme pretendia juntar um grupo de anormais, então, o manual de boas práticas dita que a sequela seja sobre como separá-los. Contudo, o realizador não está claramente interessado em seguir as boas práticas e, na realidade, este Vol. 2 é um filme sobre o grupo de personagens aperceber-se que, apesar das suas grandes diferenças, eles funcionam melhor sendo a família mais disfuncional do universo inteiro do que em separado. Sim, família… tal como Fast & Furious 8, este é o tema que une todo o filme. Praticamente todas as personagens têm problemas com o pai, a mãe ou a irmã, principalmente Peter Quill (Chris Pratt) a encontrar-se numa encruzilhada paternal entre a louca arrogância de Ego (Kurt Russel) e o sarcástico pirata do espaço Yondu (Michael Rooker). Porém, as emoções que esta narrativa gera são inesperadas e genuínas. Por de baixo de toda a audácia do filme – e existe bastante audácia em mais de 1 hora e meia – há um coração genuíno a guiá-lo.

Vol. 2 atinge o seu melhor, quando as suas personagens principais estão a discutir uns com os outros, sendo que as melhores tiradas de todo o filme foram dadas a Drax (Dave Bautista). E, contrariamente ao primeiro filme, desta vez as personagens secundárias, como Ego, Mantis (Pom Klemetieff) e Nebula (Karen Gillan), são melhor aproveitadas. É tão divertido estar na companhia destas personagens, que é uma pena o momento em que vemos o realizador a ceder a algumas boas práticas deste género de filmes, nomeadamente o de necessitarem de um enredo interessante e de um vilão para derrotar.

É neste ponto da história que o filme começa a demonstrar as suas fraquezas. O que parecia ser até ali algo agradável de ver começa a ser um pouco excessivo e, em determinados momentos, pouco apelativo. Por um lado, o grande foco da narrativa acaba por ser a relação entre Ego e Peter Quill, mas esta não é tão interessante como o enredo pensa que é e a curva evolutiva que Ego tem como personagem não resulta tão bem como poderia. Por outro, as piadas que começaram por nos arrancar gargalhadas passam a perder o seu brilho, enquanto que algumas cenas em CGI parecem simplesmente malfeitas pelo abuso do uso desta técnica. A batalha final, apesar de bem executada e excitante de acompanhar, acaba por se tornar num festival de CGI.

Contudo, mesmo quando os pixéis a ameaçarem tornar-se excessivos, James Gunn consegue sempre encontrar um refugio seguro junto das suas personagens principais. Guardiões da Galáxia Vol. 2 tem muito para se gostar, sejam os incrivelmente bem executados momentos do Baby Groot, ou a estranha peculiaridade de todas as cenas durante os créditos finais (mas que continuam a parecer fiéis à personalidade deste franchise), não só em termos do Universo Cinematográfico Marvel, mas também dos blockbusters em geral. Pode não ser tão fresca ou memorável como o primeiro filme, mas esta sequela continua a ser um grande triunfo para os guardiões. Em suma, We are Groot!

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