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Marina Prior: “A arte faz parte do indivíduo”

Marina Pior manifestou, desde muito cedo, aptidões e empatia pelas artes, caminho pelo qual decidiu enveredar. Com obras de escultura expostas no centro da vila de Figueiró dos Vinhos, esta oradora irá utilizar o seu tempo de antena na TEDx FigueirodosVinhos para falar de Arte.

O que é a Arte?

Não existe uma definição concreta da arte. Na minha perspetiva a Arte está em tudo e em todo lado, contudo, raramente pensamos nisso. Está presente em tudo o que fazemos para agradar aos nossos sentidos. Foi inicialmente uma das primeiras formas de comunicação do ser humano, um modo de retratar a realidade circundante e foi igualmente acompanhando o progresso. Desta forma, assumiu na sociedade um papel com mais visibilidade apropriando-se de diversas formas de expressão, (pintura, vídeo, fotografia, teatro, desenho, escultura, performance, etc.) que no fundo, espelham a consequência das reações socioculturais da sociedade onde se insere. É uma forma de manifestação que também está associada ao desenvolvimento estético e criativo exteriorizando uma linguagem de sentidos.

Tudo pode ser Arte ou há um limite daquilo que consideramos como Arte?

Nos nossos dias quase tudo pode ser arte… mas nem todos têm a capacidade de conseguir elevar um mero objeto de quotidiano a uma obra de arte, é necessário contextualizar muito bem uma obra de arte e atribuir-lhe uma identidade própria. Pessoalmente considero que é a sociedade e a população que a constitui, que dita o que pode ou não ser arte e até onde ela pode ir.

De que forma é que a Arte nos pode enriquecer enquanto pessoas? Qual a sua utilidade?

Para compreender a amplitude e o enriquecimento que ela pode ter nas pessoas, basta olharmos para as crianças que desde cedo estabelecem uma relação emocional de proximidade com a arte no seu percurso educativo. Preza-se cada vez mais o “aprenda-se a fazer fazendo” e deste modo através de diversos materiais que a criança vai experimentando vai simultaneamente alargando os seus horizontes e conhecimentos, vai concretizar emoções, vai explorar de forma livre as suas faculdades sensoriais. À medida que o individuo vai crescendo a arte vai surgindo também como elemento de fruição, ferramenta de desenvolvimento que fortalece a autoestima, o autoconhecimento, a integração. Atualmente é usada também como complemento em diferentes terapias sem esquecer o reforço do desenvolvimento pessoal. Torna-se útil ao ser humano durante toda a sua caminhada sendo o alimento da alma.

Ainda há muitas pessoas que não dão importância à Arte e que não a percebem. Porque é que isto acontece?

Alguns não têm capacidade de a ler, de a entender porque não o desejam fazer. Ainda assim, uma boa obra de arte é aquela que independentemente do grau de compreensão e de perceção, consegue de alguma forma apelar aos sentidos do observador. Independentemente de a reação ser positiva ou negativa isso é indiferente. O que prevalece é, mesmo que de forma inconsciente, que a mesma despolete um diálogo, um pensamento, uma narrativa, uma reação ou crítica com aquele que a vê, esse já é o primeiro passo.

Tendo em conta que a Arte está em tudo o que nos rodeia, somos alguma coisa sem Arte?

Não… isso era impossível, basta regressarmos à era ou sociedade primitiva em que não existia nada comparativamente ao que hoje nos rodeia. No entanto, as representações artísticas nesta época eram veículo de comunicação entre os homens. A sensibilidade artística de uma forma ou de outra, é parte integrante do ser humano ainda que este não tenha a consciência disso.  A arte faz parte do indivíduo. Com o passar dos anos este apenas a reinventa mediante a cultura e o local onde está inserido.

O que tem a referir sobre a Arte Urbana que teve lugar em Figueiró dos Vinhos?

Tratou-se de um projeto de Arte Urbana do CLDS 3G de Figueiró dos Vinhos, projeto este inclusivo dado que envolveu idosos das diferentes freguesias do concelho, institucionalizados e não institucionalizados, os alunos da Universidade Sénior de Figueiró dos Vinhos e toda a comunidade que, por iniciativa própria, quis participar. Contribuíram para a sua concretização, ainda, o Município e a Biblioteca Municipal.

Eu fiquei responsável pela concretização deste projeto. Depois de iniciados os esboços e a sua aprovação pelo CLDS, Casa da Cultura e Executivo da Câmara Municipal, foi-se prosseguindo com o trabalho a nível de procedimentos, materiais, orçamentos, local de trabalho. Foram iniciadas as bases e “esqueletos” das peças pelos funcionários das oficinas da Câmara (carpinteiro, serralheiro e seu assistente), aos quais agradeço. Seguidamente seguiram-se horas, muitas horas e dias de trabalhos nestas peças de arte. No fundo as mesmas simbolizam a identidade cultural da Vila e de todos os seus habitantes espelhando uma prática ancestral ligada à pesca na nossa região.  As peças de Arte Urbana estiveram patentes durante o Festival internacional de Pesca FishTrail que teve lugar em Figueiró dos Vinhos no inicio de agosto. Devido ao impacto e boa aceitação por parte da população e visitantes ainda se encontram algumas delas expostas. Julgo que depois da catástrofe dos incêndios no nosso território, estas peças de Arte Urbana vieram dar cor e alegria a uma paisagem pintada de negro, e as conversas de rua durante algum mudaram de temática.

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