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Living la Vida Lisboeta

Até podia ser um excerto da música do Ricky Martin, com aqueles videoclips a deixarem-nos sem ar, mas não se entusiasmem. Sou só mesmo eu a contar mais uma das minhas aventuras.

Vivo há três anos em Lisboa. Confesso que apenas conhecia Lisboa, quando vinha de férias. Achava tudo uma maravilha. O trânsito, a confusão, a correria, tudo me fazia sentir como se fosse uma mulher cosmopolitana, daquelas que aparecem nas capas de revista. Como se fosse a Carrie da série “Sexo e a Cidade”. A paixão pelos sapatos até tinha, faltava era a minha conta bancária ser minha cúmplice, mas adiante. Sentia-me mesmo uma citadina toda pós-moderna. Passeava pelas ruas de Lisboa com aquele sentimento de turista toda emproada de mochila chique às costas. Com tantos restaurantes que havia para provar, o meu paladar gastronómico e a minha carteira “levavam-me” sempre ao MacDonals.

Voltava para a minha cidade da Guarda de comboio e, à medida que a viagem avançava, aumentava a ansiedade de contar aos meus amigos e aos meus pais tudo o que tinha vivido, durante aqueles dias. Sim, esqueçam lá o Instagram e o Facebook, porque, quando comecei a vir de férias para Lisboa, não havia nada disso. Trazia uma máquina fotográfica de rolo e já era uma sorte! Se, quando fosse revelar as fotos, eu estivesse mal nelas, paciência, era assim que naquela altura se faziam as selfies.

Hoje, três anos depois de criar raízes na capital, sinto-me como se vivesse na selva. Esqueçam lá o agradar-me o trânsito, a confusão. Deito-me todos os dias a pensar que não me posso deixar dormir na manhã seguinte, porque senão o meu início de dia será parada numa interminável fila na 2ª Circular. Aquelas buzinas todas revoltadas a entoarem na minha cabeça só me dão vontade de perguntar se a fila avança mais depressa, simplesmente por estarem a apitar. E aqui, neste momento desesperante do meu dia, admiro coisas incriveís. Sabem de quem? Das mulheres!

Digo-vos uma coisa do fundo do meu coração, as mulheres no trânsito são realmente fantásticas. Temos mulheres que se maquilham literalmente todas, entre as paragens dos semaforos: É rímel, é batom, é sombra, é eyeliner, é blush, é tudo o que vocês imaginam. Gente, admiro mesmo muito, pois eu nem batom do cieiro consigo colocar, sem me distrair o suficiente para dar aquele grito que sai de fininho e é um meio susto, por quase ir bater no carrinho da frente. Temos, também, as que conseguem pôr ganchos e ganchinhos pelo cabelo, conseguem fazer tranças e depois existo eu, que ia batendo uma vez no carro da frente, porque estava simplesmente a prender o cabelo com um elástico. Nós mulheres, somos seres fantásticos.

Lisboa é realmente um poço de muitas coisas incríveis. Aliás, este tema que vos trago hoje deve ser bem familiar para quem vive em Lisboa: Filas. Filas e mais filinhas em todo o lado. Nunca disse tantas vezes na minha vida as palavras “filas indianas” como nestes últimos anos. Não se consegue ir a um sítio em Lisboa sem ter de estar à espera que a “morte nos venha buscar”. Dos piores sitios, enumerados devidamente, são: hospitais, finanças e segurança social (desculpem, mas estes três têm de obrigatoriamente ficar em primeiro lugar), trânsito, filas na paragem do autocarro e metro, filas no supermercado, filas nos restaurantes, filas no shopping e aqui existe um sítio que me chateia solenemente. A Primark no Colombo. Malta. Nem sei por onde começar a “vomitar” palavras sobre este local. Apenas vos consigo dar um conselho: não vão aos provadores da Primark apenas com uma ou duas peças de roupa. Levem o máximo que puderem e ponham os vossos filhos, amigos, cão, o que quiserem a carregar o máximo de roupa para experimentarem. Estar numa fila de provador da Primark só com uma peça é… algo tão negro e assustador que me faltam as palavras.

Contudo, nem tudo é mau. Viver em Lisboa também tem coisas boas.

Podemos ir à praia, quando quisermos (mesmo que tenhamos de sair de casa as 7h da matina), temos sempre inúmeros espetáculos a decorrer em cada canto da cidade. Temos bares, discotecas, esplanadas, basicamente temos vida na cidade. Vamos à Baixa e lidamos com uma enorme diversidade cultural. Temos o MacDonald’s aberto 24h malta, 24h! Podemos fazer lindos passeios à noite à beira rio. Temos imensos cinemas e shoppings, temos uma grande diversidade gastronómica, temos tudo. Temos os monumentos e a fantástica serra de Sintra. No fim-de-semana, só fica em casa quem quer.

Lisboa não são só coisas más e há dias em que adoro mesmo viver na capital, principalmente agora que a fila mexeu e estou quase a chegar ao meu destino.

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