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Le Mans 2017, a hecatombe da Toyota ou o milagre da Porsche

A edição de 2017 das 24 Horas de Le Mans iria sempre ficar na História como sendo o primeiro ano em que a Audi não iria participar desde a edição de 1998. Previa-se que também a edição em que finalmente a Toyota iria ganhar Le Mans, quebrando assim o recorde de mais 2º lugares obtidos. Porém se há coisa que Le Mans gosta é de estragar os planos e para não variar foi isso que aconteceu. E se há uma edição deve ficar na história, é a de 2017.

Comecemos, então, com a partida da Audi. Devido ao escândalo das emissões dos carros a diesel, o chamado “Dieselgate”, houve a necessidade de reduzir custos e, apesar de já ter o carro de 2017 completamente desenvolvido, foi decidido mudar de disciplina, passando a Audi para a Fórmula E. Quem não achou grande piada foi a Porsche que, face ao mesmo “Dieselgate”, viu o ser orçamento para o WEC (World Endurance Championship) cortado. O “corte” da Audi com Le Mans foi tão extremo que até as referências da marca existentes no circuito foram removidas, para não mencionar que o safety e o medical car foram trocados por BMW, antevendo-se a entrada, já na próxima edição, da marca bávara.

Ora, quem se lembrar da edição de Le Mans do ano passado, recordar-se-á certamente do final excitante onde o Toyota que ia na liderança, perdeu ambas as potências na entrada da recta da meta, a 5 minutos do fim. A Toyota fez a autocrítica e melhorou o carro para a edição de 2017. Esperava-se assim o primeiro triunfo da marca nipónica. Também é preciso referir que o BoP (Balance of Performance) deste ano criou carros da classe LM GTE-Pro muitíssimo mais equilibrados, com todos os carros a qualificarem-se com um intervalo de 3 segundos entre o primeiro e o último da categoria, evitando assim as falcatruas que ocorreram na edição de 2016, onde os Ford GT eram cerca de 4 a segundos mais rápidos por volta que os restantes elementos da classe.

Os Toyota lideraram a corrida sem, no entanto, conseguirem ganhar uma grande vantagem face os Porsche. Ao fim de 10 horas de corrida o Toyota #7, que seguia na liderança, sofreu problemas de embraiagem e foi forçado a desistir da corrida. O Toyota #8 que também esteve a disputar a liderança durante 8 horas, sofreu um problema no motor elétrico e nos travões e nas boxes a ser reparado, reentrou na corrida duas horas depois, vindo a terminar em 9 lugar da classificação geral. O Toyota #9, que nunca esteve em condições de disputar coisa alguma, foi forçado a desistir quando um LMP2, lhe bateu por trás, provocando um rebentamento do pneu e que originou danos no motor.

Contudo, nem só a Toyota sofreu problemas de fiabilidade. Com uma vantagem de 10 voltas, o Porsche #1 foi forçado a desistir quando perdeu a pressão do óleo. O Porsche #2 esteve também sofreu problemas no motor elétrico e ao fim de uma hora nas boxes reentrou na corrida em 56, portanto, ultimo lugar e a umas curtas 18 voltas atras do líder da corrida, um LMP2. O #2 começou calma, porém, rapidamente a lutar por um lugar nos 10 primeiros, mas quando o #1 desistiu viu-se forçado a aumentar o ritmo e lutar para um lugar no pódio. Lutou, voou pelo circuito, e de ultimo chegou a primeiro com pouco mais de uma volta de avanço sobre o LMP2 que seguia em segundo lugar, um Oreca 07, da Jackie Chan DC Racing.

Em relação à corrida em si há, para mim, quatro possíveis analises dos resultados. A primeira (e que toda gente a irá concordar) é que os LMP2, finalmente, estão a conseguir quebrar a hegemonia dos LMP1. Ao fim de exactamente 10 anos, tivemos um pódio que não era exclusivo dos LMP1. A segunda analise possível será a da Toyota. No desejo irrefreável de vencer Le Mans e de se redimir pelos erros do ano passado, acabou por cometer outro tipo de erros. Foi notório o desejo de ganhar sim, porém os pilotos puxaram demasiado pelos carros e por si próprios e nisso assinaram a não-vitoria da Toyota. A terceira diz respeito à Porsche, cuja a palavra correcta para descrever a corrida é milagre. De último para primeiro? Não deverão chegar a 5 as vezes que tal aconteceu. A quarta e última refere-se ao pódio da categoria LM GTE-Pro, só foi decidido na penúltima volta, com os três carros a ficarem na mesma volta, devido ao brilhante BoP deste ano. De notar que a categoria foi vencida por um carro, que salvo alguns upgrades, tem 10 anos.

Finalmente e em jeito de conclusão, venham mais edições como a deste, com lutas acesas, com emoção até à ultima volta, carros equilibrados e de preferência, se não incomodar nem for pedir muito, com mais equipas em todas as categorias.

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