No submundo do crime organizado movimentam-se múltiplas redes de exploração sexual infantil, que sob a forma de prostituição ou pornografia infantil, traficam milhões de crianças como bens comerciais. O tráfico e a exploração de menores é um problema que afecta todas as partes do mundo, países industrializados ou em vias de desenvolvimento, violando os direitos humanos mais elementares de uma criança.
Associados à exploração sexual infantil estão questões sociais que tornam determinados grupos mais propensos a caírem nas malhas das redes de prostituição. A pobreza, a desigualdade social, racial, étnica e de género são algumas dos problemas que mais influenciam o tráfico e exploração sexual de menores junto das comunidades mais desprotegidas.
Identificado o grupo mais vulnerável, os grupos organizados servem-se de uma rede de exploradores que actuam junto das comunidades, aliciando famílias que vivem na absoluta miséria. Assim, se vai gerando a oferta do turismo sexual que assume proporções gigantescas em países como o Brasil e a Tailândia, onde se estima que milhões de crianças se prostituam ou sejam alvo de pornografia infantil.
Embora haja um esforço de várias frentes e actores sociais para combater este problema, as intervenções destas mesmas entidades continuam a ser superficial pois as redes de tráfico estão bem organizadas e geram cada vez mais lucros, sendo já a terceira actividade mais rentável no mundo do crime organizado. Também no próprio sistema existem conflitos de interesses e fuga de informações, permitindo aos grupos manterem-se informados dos passos das autoridades.
Uma legislação mais forte e punitiva, que contemple medidas coercivas exemplares, é necessária de modo a pôr fim às redes de tráfico e exploração sexual, devolvendo a milhões de menores o direito a serem crianças.