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Independente? Ou faz de conta que é independente?

in·de·pen·den·te

  1. Que ou o que goza de independência.
  2. [Política]  Que ou quem não está filiado num partido político (ex.: deputados independentes; foram eleitos vários independentes).
  3. Que revela independência ou amor pela independência. = LIVRE ≠ DEPENDENTE
  4. Que tem autonomia. = AUTÓNOMO ≠ DEPENDENTE, SUBORDINADO
  5. Que não depende de um poder ou de uma autoridade exterior.
  6. Que exerce uma profissão por conta própria (ex.: trabalhador independente). ≠ DEPENDENT
  7. Que não tem um vínculo a uma grande editora ou produtora e tem geralmente características menos comerciais (ex.: editora independente; músico independente; realizador independente).

in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

Rui Moreira – actual Presidente da Câmara Municipal do Porto e candidato anunciado às próximas eleições autárquicas – tem-se escudado no termo “independente” na sua recente querela política. Não é uma estratégia nova dado que o autarca sempre que pretende firmar uma sua posição política perante a oposição e sociedade portuense recorre, inúmeras vezes, ao dito “independente”.

Mas será que podemos considerar Rui Moreira um independente no verdadeiro sentido do termo? Ou melhor; será que em política podemos ser verdadeiramente independentes? A meu ver não. Passo a explicar.

Em política é praticamente impossível ser-se independente no verdadeiro sentido do termo. Isto porque fazer política obriga a ter que angariar consensos para se obter o apoio de que se necessita para se candidatar e ser eleito para um determinado cargo.

Ora, para se angariar estes consensos temos de negociar e tomar posições comuns em determinadas matérias que podem dizer mais ou menos respeito às organizações partidárias. Dito de uma outra forma, ninguém consegue estar no mundo da política de uma forma completamente isolada. Bem vistas as coisas, os chamados “independentes” da política tem sempre o apoio do partido político A, B ou C. Rui Moreira não foi – e pelos vistos não será – uma excepção à regra.

Não se percebe, portanto, que Rui Moreira utilize o termo “independente” como se de uma espada sagrada – estilo Excalibur – se trate para atacar os partidos políticos quando na verdade este é obrigado a fazer de conta (para o bem e para o mal) que é independente.

Nada me convence de que o actual autarca da sempre leal e mui nobre invicta cidade do Porto não tenha obtido da parte do CDS-PP e do PS os apoios de que necessita para se candidatar e governar a cidade sem que para tal tenha dado algumas garantias e contrapartidas a estes dois partidos políticos.

Repito, a política resume-se, tão simplesmente, à necessidade de se gerar consensos e tal impossibilita a que os políticos possam ser independentes ao ponto de não terem de prestar contas a ninguém. Rui Moreira não é, nem será nunca, a execpção à regra.

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