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Era da perfeição manipulada

É certo que todos nós, em algum momento, já fomos atingidos pela febre das redes sociais. Uma febre estranha com sintomas comuns a todos os mortais, uma espécie de febre contagiosa e preocupante, regida por sete regras básicas:

  1. Tirar selfies de forma exagerada;
  2. Fotografar viagens, almoços, rotinas no ginásio e festas com amigos;
  3. Editar todos estes momentos em Photoshop;
  4. Colocar um filtrozinho básico do Instagram;
  5. Escrever uma descrição inspiradora (mesmo que sejamos umas bestas);
  6. Partilhar nas redes sociais;
  7. Causar inveja aos amigos que invejamos para que eles vejam que a nossa vida corre melhor do que a deles.

Depois de partilharmos a nossa (aparente) felicidade com milhares de amigos virtuais, começa a busca pelos likes, pelos comentários, fazendo refresh a cada vinte segundos para confirmarmos que mais amigos já colocaram o seu like na nossa partilha.

A vida real tornou-se uma competição em que os parâmetros são: likes, filtros de Instagram e edições em Photoshop.

Não há dúvida de que merece um aplauso todo aquele capaz de cumprir estes requisitos, mas será isto saudável? Será isto que nos torna mais felizes? Ou é isto que faz exatamente o oposto?

Vivemos na era da falsa perfeição, da perfeição manipulada, do rabo mais arrebitado, do rosto sem manchas, da cintura de vespa, dos almoços que são autênticas obras de arte, das festas onde todos se divertem, das relações onde não existem discussões, do trabalho onde somos bem pagos. Todos os momentos sofrem uma edição antes de chegarem aos amigos que estão do outro lado da cidade ou mesmo do mundo. Somos constantemente ludibriados pela falsa crença de que os likes naquela imagem onde surgimos glamorosos se traduzirão em felicidade. Nada mais errado.

A cada dia nos tornamos menos reais, menos credíveis, menos felizes. A cada dia a competição nos aborrece e esgota. Até ao dia em que olhar ao espelho e encarar a verdade será penoso e parecerá impossível. Afinal como se vive sem redes sociais num mundo tão digital? Como se sobrevive sem acesso ao Wi-Fi? Como se sobrevive sem os bajuladores do Facebook que nos afagam o ego? Como se sobrevive sem um filtro que nos corrige as imperfeições?

Recuperar desta febre é quase como uma miragem lá ao longe no horizonte. Requer paciência, tempo, confiança e amor-próprio. É uma batalha dura em que o nosso adversário somos nós mesmos, mas é possível.

Não te iludas com a perfeição das redes sociais, ela não é real. Procura aceitar-te como és. Olha para o que te rodeia e reflete:

Por que é que deixarei que esta ilusão me roube a beleza da vida se eu posso ser mais do que um filtro do instagram?

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