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Episódio Depressivo Major

A Depressão é actualmente uma das cinco das 10 principais causas de incapacidade a longo prazo e de dependência psicossocial (11,8%), sendo também a terceira causa de carga global de doença (primeira nos países desenvolvidos), estando previsto que passem a ser a primeira a nível mundial em 2030 (Saúde Mental em Números- 2013, Direcção Geral de Saúde).

É classificada nosográficamente como um Transtorno de Humor, caracterizado por um humor depressivo, ou perda de interesse, em quase todas as actividades, durante um período nunca inferior a duas semanas. O sujeito deve sentir também, pelo menos, quatro dos sintomas adicionais seguintes: alterações no apetite, ou no peso, sono e actividade psicomotora; diminuição da energia; sentimentos de desvalorização pessoal, ou culpa; dificuldades em pensar; concentrar-se, ou em tomar decisões; ou pensamentos recorrentes a propósito da morte, ou ideação suicida, planos, ou tentativas de suicídio. Para que o diagnóstico de Episódio Depressivo Major seja considerado, o sintoma deve estar presente há pouco tempo, ou ter piorado claramente, quando comparado com o estado anterior ao episódio. Os sintomas devem persistir durante a maior parte do dia, quase todos os dias, durante, pelo menos, duas semanas consecutivas. O episódio é acompanhado de distress, ou redução da sociabilidade, capacidade para o trabalho, ou outras áreas importantes de funcionamento.

Sabe-se que as pessoas que sofrem de Depressão vivenciam o início da doença de forma solitária, sem conseguir descrever claramente o sofrimento ocasionado pelas primeiras manifestações comportamentais, dificultando aos familiares identificar os primeiros sintomas desta doença (isolamento, choro fácil, expressão facial triste e o desinvestimento na higiene e aparência pessoal). Em consequência, verifica-se um impacto significativo sobre a vida familiar, as redes de suporte social, desempenho profissional e emprego, bem como de sofrimento com o estigma, a discriminação e a exclusão social.

Esta doença, uma vez instalada, vai provocando alterações profundas no sujeito e na sua família, havendo uma necessidade de redefinição de papéis e funções no sistema familiar, uma vez que, as relações se tornaram pobres e pouco estimulantes. Perante esta situação, a família do sujeito sente-se sozinha e por conseguinte reclama pelo apoio dos profissionais de saúde, na definição de estratégias de comunicação, que facilitem o seu novo papel de cuidador. Apesar desse pedido, a maioria das intervenções terapêuticas são centradas no sujeito depressivo, através de medicação (antidepressivos), sem que seja, muitas das vezes, acompanhado por um processo psicoterapêutico e sem que a família possa ser ela também um participante activo no processo de tratamento. A meu ver o processo psicoterapêutico que pode responder ao pedido da família, é através da terapia sistémica e familiar, que defende que a dificuldade de um sujeito está associado de forma directa ao seu meio familiar, centrando-se a intervenção na família e no meio em que ele se move e não propriamente na individualidade de cada um.

Uma outra dificuldade no tratamento e prevalência das perturbações mentais, resulta de uma significativa proporção dos sujeitos iniciarem tarde o tratamento, ou não terem sequer acesso a cuidados adequados às suas necessidades. Por outro lado, no campo da comorbilidade com outras situações clínicas, a coexistência de uma perturbação psiquiátrica modifica também de forma negativa, quer a procura de cuidados, quer a adesão aos programas terapêuticos prescritos para as doenças somáticas em causa.

A questão do acesso aos cuidados tem sido uma das áreas mais aprofundadas nos últimos anos, estando já identificados vários dos seus determinantes: estigma e desconhecimento face à doença mental, escassez de recursos humanos e estruturais, baixa prioridade em termos de opção política, orçamento desproporcionadamente baixo para a carga das doenças implicadas, organização deficiente dos serviços de psiquiatria e pouca articulação com os cuidados de saúde primários.

Para que possamos diminuir/estagnar esta tendência ascendente de perturbações mentais é necessário articular com os cuidados primários para o estabelecimento de princípios de referência de casos, a criação de esquemas operativos de colaboração em actividades de prevenção/promoção e de seguimento de casos e de mais profissionais especializados da área da saúde mental no terreno. Sendo que uma das estratégias a ponderar podia ser em estreita colaboração com o sector social e educativo, um trabalho em rede, para assegurar uma resposta adequada às necessidades das pessoas com doenças mentais, ou que não estão “rotulados”, mas que vivem em sofrimento, as quais requerem cuidados clínicos e apoio psicossocial, durante largos períodos.

Deixo-vos com o video “Living with a black dog” da Organização Mundial de Saúde sobre a Depressão.

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Cuida de Ti, Cuida da tua Saúde Mental.

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