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E hoje? Que tipos de escritores há?

Ezra Pound foi um poeta e crítico literário americano, uma das maiores figuras da poesia do início do século XX e reconhecido pela curiosa categorização de escritores que elaborou. Ao longo da sua vida, o poeta americano foi várias vezes repreendido pelas suas ideias revolucionárias e no campo literário, é tido como muito provocador. Dedicando-se bastante à reflexão e à história da literatura, muitas foram as vezes que Pound tentou “abanar ideias” através das suas obras. O ABC da Literatura é uma delas, sendo esta apontada por muitos como a obra obrigatória para quem quer aprender a escrever mas também para aqueles que pensam que sabem escrever.

Em O ABC da Literatura, o escritor americano descreve os seis tipos de escritores que considera existirem: os inventores, mestres, diluidores, lançadores de moda , beletristas e os bons escritores sem qualidades salientes. Os primeiros, tal como o nome indica, são os que inventam novas formas e modos de fazer e os mestres seguem e aprofundam uma corrente já existente. Os chamados diluidores são aqueles que, não acrescentando nenhum valor pessoal, tentam repetir os modelos já existentes criados pelos inventores e usados pelos mestres, fazendo apenas uma cópia mal feita. Os lançadores de moda são os que negam a moda do passado, mas que também nada constróem que dure para o futuro. Os beletristas são os escritores atentos e seguidores das regras de mercado, mas que não se especializaram, nem inventaram nada. Os bons escritores sem qualidades salientes são aqueles que não copiam modas e correntes, mantêm-se dentro das convenções, sem se preocuparem com as grandes questões literárias

O que à primeira vista parece mais uma teoria chata é, se pensarmos bem, um óptimo exercício de reflexão. Se tentarmos classificar os escritores que conhecemos hoje em dia, veremos que na verdade muitos não passarão de lançadores de moda, que irão desaparecer rápido da nossa memória.

“Ele foi para a poesia deste século o que Einstein foi para a física”, disse E.E.Cummings, ao que Hemingway acrescentou “um poeta deste século que afirme não ter sido influenciado por Ezra Pound merece mais a nossa piedade que a nossa reprovação”.

 

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