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É a Europa que temos e merecemos

Ameaças, estereótipos, rivalidade, conflito de interesses, xenofobia, belicismo, os mais poderosos impõem a sua lógica e pressões atrás de pressões para que o interesse de alguns se sobreponha aos interesses dos demais. Eis o retrato mais fiel que um europeísta convicto – como eu – faz da actual União Europeia. Alias, se eu quiser ser mais sucinto e rigoroso ao mesmo tempo direi que a União Europeia é a versão actual da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Não se tenha a mais pequena dúvida de que, mais cedo do que tarde, o projecto europeu vai ruir como se de um baralho de cartas se trate. Não deixa é de ser curioso que tal ruína vá seguir exactamente o mesmo trajecto que seguiu a “defunta” URSS. Sinal de que os europeus, por muito bem-intencionados que sejam, não sabem aprender o que deviam aprender com o passado.

Construir um espaço comercial comum é algo de possível. Já construir um super estado onde a facção mais poderosa impõe a sua nada perceptível e corrupta lógica não deu bons resultados no passado nem dará no presente e futuro. Impérios foram construídos e forjados no espaço europeu – muitos deles com uma vastidão imensa – e todos eles acabaram num fracasso inevitável por serem injustos, xenófobos e, sobretudo, mega-autoritários. Ver recentemente Donad Tusk a tecer ameaças (no verdadeiro sentido do termo) aos Estados-membros da União Europeia que não subscrevessem o famigerado e ultra neo-liberal Tratado Comercial com o Canadá é o exemplo mais recente de que temos hoje uma União Soviética em tons de azul com estrelas douradas.

Para ser muito sincero admito que não consigo perceber a razão pela qual a União Europeia pretende trilhar este caminho. De uma Europa que queria fazer a diferença para melhor para que o seu passado de conflitos bélicos não voltasse a ser uma realidade, chegamos a uma Europa completamente dividida, carregada de intrigas e a caminha a passos largos para a auto-flagelação. Não se tenha a mais pequena dúvida de que após a entrada – mesmo que à força bruta – do CETA se seguirá o desmoronar de uma Europa que se construiu sob um sagrado mandamento: o do Estado Social onde os direitos e deveres dos europeus estão devidamente definidos e reconhecidos.

Claro que para Tusk e restantes dirigentes políticos não eleitos para cargos da União Europeia está tudo bem, As coisas seguem no rumo devido. Há que relembrar os mais distraídos que os altos dirigentes não eleitos da União Soviética também pensavam e viam as coisas da mesma forma. O resultado de tal forma de estar redundou no colapso da URSS.

Porém, isto não aconteceu verdadeiramente. Tudo o que escrevi até aqui não é mais do que o discurso da fantasiosa “Esquerda Radical anti-europeísta”.

Enfim… É a Europa que temos e merecemos.

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