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Dentro do Segredo, de José Luís Peixoto

Num futuro muito próximo, a Coreia do Norte continuará ausente da lista dos melhores destinos turísticos para a esmagadora maioria da população mundial. Apesar do desinteresse turístico, a Coreia do Norte desperta a curiosidade de vários pontos do globo. A curiosidade e também a ânsia de transmitir o que lá acontece para o resto do mundo transforma este estado-nação num assunto apetecível. José Luís Peixoto mostrou gostar das duas abordagens. O escritor português conseguiu entrar no país mais fechado do mundo e por lá passou duas semanas, inserido num grupo restrito de turistas de outras nacionalidades. Juntos, acabariam por conhecer várias regiões da Coreia do Norte, algumas delas, nunca antes visitadas por estrangeiros.

JM_dentrodosegredo_1Se tem por costume seguir os assuntos norte-coreanos e se já assistiu vários documentários sobre o país, não necessita de correr para comprar o livro. José Luís Peixoto conseguiu escrever um livro com défice de capacidade de choque do que já teve oportunidade de assistir. O que, para mim, isto acontece de forma contrária ao que poderia esperar. O escritor português não se aventurou muito no desconhecido, afinal, o risco era do próprio!

Já para quem nunca se informou sobre a Coreia do Norte, este é um bom livro de iniciação à matéria. No livro, José Luís Peixoto escreve sobre a sua viagem de duas semanas, onde nos transmite alguns dos episódios mais relevantes da viagem e, ao mesmo tempo, descreve de forma literária o que vê. O autor consegue descrever a miséria e o cárcere mental difundido a toda a população. O leitor, aqui e ali, conseguirá ler passagens sobre o domínio do regime totalitário e a completa ignorância em que os norte-coreanos vivem sobre a sua situação. Porém, o escritor suaviza sentimentos através de hábitos de prosa literário que impedem a transmissão de toda a dureza da sua viagem. Esse aspecto traz um José Luís Peixoto saudoso da família e de casa, demonstrando, diversas vezes, a sua mágoa por ali se encontrar, ausentando-se do relato e da descoberta daquele regime. No entanto, isso não o faz um pior escritor. De facto, ele foi um segredo dentro do segredo. Revela-nos o seu conhecimento geral sobre o país e deixa-nos com vontade de saber mais, de contar a verdade à população, e de conhecer a natureza do país, o único tesouro que o totalitarismo não vandalizou no norte da península coreana.

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