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Deixa-te de merdas e vai já hoje. Amanhã pode não existir

Passamos a vida a adiar. Agora não pode ser que tenho isto para fazer. Amanhã também não que está marcado não sei o quê e a seguir são os compromissos da treta que não fazem falta nenhuma. Uma doideira tão grande que não deixa respirar em condições sem aproveitar o que a vida possa oferecer.

Queremos estar com aquele amigo de infância que gostamos imenso, mas nunca é a data certa já que cada um tem inúmeras actividades para fazer. Ou então é a família que marcou uma festa de aniversário do porquinho de Índia e não se pode faltar. Tudo serve para não se dar o encontro que andam a falar há uma eternidade e que anseiam.

Marcamos um almoço com as colegas de escola, mas não pode ser pois uma tem algo muito urgente, a outro tem o espectáculo do filho, outra tem a sogra doente e tantas e tantas desculpas que se arranjam para não estarem juntas. O mais triste é que o conseguem no funeral de uma delas e aí foi tarde, demasiado tarde, para lhe dizer como ela era importante e que jamais será esquecida.

Os primos vivem em terras diferentes e andam sempre a 100 à hora. Nunca há tempo nem para uma conversa rápida onde se recorde aqueles dias em que eram miúdos e tudo era uma brincadeira pegada. Não havia tempo e o sol nunca dormia. Era rua e mais rua que o cansaço estava de férias. Agora são agendas cheias de palavras escritas que chamam como se fossem ordens.

Somos uns miseráveis. Reféns de nós próprios, do tempo que decidimos repartir e fazer dele nosso patrão. Onde estamos nós? Que nos aconteceu? Que é feito dos sonhos e da mudança que tínhamos em mente. O mundo continua igual? Não, mais pequeno que tivemos o cuidado de o encurtar com tantas limitações que inventámos. Somos uns tontos que continuamos a seguir em frente sem ver o caminho.

É tempo de parar e de reflectir. É tempo de pensar onde é o nosso lugar. É tempo de olhar para nós e pensarmos como seres. É tempo de agir e mudar para melhor, para a simplicidade, para o natural, para o essencial. Deixemos de ser vítimas de uma sociedade que sufoca e que obriga a seguir certos ritmos e pressupostos que nada trazem de benéfico. É tempo de estacionar.

É hoje que se devem dar os abraços, que se trocam os beijos, que se soltam as palavras acumuladas, com doçura, que se queriam oferecer a quem amamos. É agora que se diz tudo, que não se guarda nada e que as gavetas de afectos ficam limpas para arrumar os amores que se trocaram. E cheirosas com tanto que se juntou e disse. É uma limpeza de alma que purifica.

Vive como se fosse o melhor dia da tua vida e não deixes nada por fazer. Não se pode adiar o amor nem o que este implica. Solta tudo e agora. Amanhã pode ser tarde, pode não acontecer, pode não existir. Amanhã é apenas uma palavra, um conceito, uma marca de tempo. Hoje é agora, é o presente do indicativo que é testemunha do que é de valor e importante: tu!

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