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Costa e Sousa escrevem página na história do desporto nacional

Dia 30 de Setembro de 2013 foi indiscutivelmente marcado pelas eleições autárquicas. Por todo o País (ilhas autónomas incluídas), os cidadãos foram chamados às urnas para escolher a pessoa que queriam ver liderar a sua terra. A noite trouxe alguns grandes vencedores, como o Partido Socialista, ou Rui Moreira, mas estes não foram os únicos a sorrir nesta data…

Fugindo da senda política e entrando na vertente desportiva, também Rui Alberto Faria da Costa e João Sousa tiveram motivos para festejar. Um sagrou-se campeão do Mundo de estrada em ciclismo, pela primeira vez na história, e o outro foi o primeiro tenista português a vencer um torneio profissional do circuito ATP.

Rui Costa deixou “nuestros hermanos” a chorar

Considerado por vários comentadores da modalidade como o “mestre da táctica”, o ciclista português mostrou ter resistência, inteligência e frieza durante os 272 quilómetros que marcaram a prova de estrada dos Mundiais de Florença, em Itália. A jogar em casa, Vincenzo Nibali foi o primeiro a atacar, a cerca de vinte quilómetros do fim, e levou consigo os três homens que acabariam medalhados: Rui Costa, Joaquín Rodríguez e Alejandro Valverde. Com estes ia também o colombiano Rigoberto Uran, que, no entanto, teve uma queda aparatosa na descida de Via Salviati (uma subida de apenas 700 metros, mas com pendente média de 12%).

No entanto, as grandes emoções estavam reservadas para os últimos dois quilómetros. “Purito” Rodríguez atacou e ganhou alguma vantagem, que se pensava ser suficiente para o levar a vitória. Só que, na curva para a longuíssima reta da meta, o português respondeu e foi-se acercando cada vez mais do espanhol. A 500 metros do fim, Rui Costa apanhou Rodríguez e aí viu-se uma imagem pouco vista no ciclismo: o espanhol abrandou um pouco, olhou para o português e falou com ele, como num acto de surpresa e desespero.

Costa não foi em cantigas e arrancou para o sprint final que o levou à história e à glória. O feito deixou Rodríguez a chorar no pódio e os comentadores espanhóis com uma enorme desilusão, um pouco ao estilo do que aconteceu com o jornalista da Benfica TV, que não conseguiu esconder o desânimo, aquando do segundo golo do FC Porto, no Dragão, no último minuto da partida.

“Depois de ter vencido duas etapas no Tour, o objectivo era preparar bem o Mundial. Estava numa boa condição física, mas nunca pensei ganhar esta prova tão importante. É algo que não esperava. Isto significa toda uma vida”, afirmou um visivelmente emocionado Rui Costa, que também não conseguiu esconder as lágrimas, no momento da exibição do hino nacional. Um instante emocionante para ele, para a sua família e, certamente, para todos os portugueses.

O ciclista natural da Póvoa de Varzim, que fez 27 anos a 5 de Outubro, termina da melhor maneira um ano extraordinário. O atleta (ainda da Movistar) conquistou duas vitórias em etapas na Volta a França (a maior prova velocipédica do Mundo) e assinou um contrato com a Lampre para o próximo ano. Isso é algo bom, pois vai dar um outro protagonismo ao português, que terá a hipótese de liderar uma equipa. Espera-se é que isso não resulte em desilusão e que a pressão não prejudique o valor e a qualidade do Rui.

João Sousa, o melhor de sempre

Porém, não foi só no ciclismo que o dia 29 de Setembro de 2013 vai ficar marcado na história. Numa outra vertente, o ténis, João Sousa conquistou o torneio de Kuala Lumpur (Malásia) e tornou-se, assim, o primeiro desportista nacional a vencer uma prova do ATP. E não foi uma vitória qualquer. O tenista vimaranense eliminou grandes nomes, como o espanhol David Ferrer (o quarto melhor do Mundo), o austríaco Jurgen Melzer (27º do ranking) e, na final, o francês Julien Benneteau (33º).

João Sousa já havia dado o ar da sua graça, recentemente, no US Open, ao ter atingido a terceira ronda, tendo perdido, então, para o líder mundial Novak Djokovic. Agora, na Malásia, confirmou a sua progressiva ascensão e de forma brilhante. Sousa perdeu o primeiro set da final (2-6) e teve de salvar um match point no segundo, um momento decisivo que motivou ainda mais o português e levou o conquistador de Guimarães a protagonizar uma “remontada” e ganhar por 7-5 e 6-4, nos restantes sets.

Com o triunfo, o tenista arrecadou cerca de 116 mil e 900 euros e, ainda mais importante, subiu 26 lugares no ranking, situando-se agora na posição 51. João Sousa torna-se, desta forma, o melhor português de sempre, destronando Rui Machado desse estatuto (ele que havia alcançado o 59º lugar há dois anos).

“Não tenho palavras para descrever o quão orgulhoso estou. Fiz história no ténis português, mas estou consciente de que tenho de trabalhar muito para fazer grandes feitos e continuar no topo”, afirmou o atleta, de 24 anos, que, aos 14, teve de se mudar para Espanha para apostar na carreira. Quem sabe se, depois desta conquista, ainda não se verá João Sousa a ir mais além e a arrecadar um dos títulos de “Grand Slam”.

Nota: Imagens retiradas do Facebook oficial de Rui Costa (https://www.facebook.com/RuiAlbertoFariaCosta) e do ATP World Tour (https://www.facebook.com/ATPWorldTour).

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