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Chegar bem é melhor que chegar antes

Há 50 anos, dois gigantes realizavam os seus primeiros voos: o Concorde e o Jumbo – Boing 747. O primeiro voo do 747 foi a 9 de fevereiro de 1969, já o do Concorde foi a ‎2 de março do mesmo ano.

Sobre o Concorde, no total foram construídos 20 aviões, mas apenas 14 deles foram utilizados comercialmente, 7 pela Air France e 7 pela British Airways. Os voos comerciais iniciaram-se em 21 de janeiro de 1796, ligando Paris ao Rio de Janeiro, com uma escala na cidade de Dakar. Voava a grande altitude e, portanto, dificilmente enfrentava turbulência, sendo possível ver pela janela do avião a curvatura do nosso planeta. A velocidade de cruzeiro era à volta de 2,5 vezes maior do que qualquer outra aeronave de passageiros e a sua velocidade máxima chegou a 2.179 km/h. A aeronave era mais rápida que a rotação da Terra, tanto que um voo que saia de Londres com o pôr-do-sol chegava ainda com a luz do dia em Nova Iorque.

Um acidente a 25 de julho de 2000 com um dos Concordes da Air France acarretou a paralisação de todos os voos comerciais do modelo até 2001, para, finalmente, em 2003, a Air France e a British Airways decidirem juntas encerrar os voos comerciais do avião supersónico.

O 747, por sua vez, começou a ser desenvolvido para responder a uma necessidade de transporte militar da Força Aérea dos Estados Unidos da América. O contrato com os militares acabou por não seguir em frente, mas a Boing tinha um pedido da Pan Am (Pan American World Airways) para construir aeronaves com maior capacidade de passageiros, uma vez que à época registava-se um aumento de passageiros e um fluxo cada vez maior nos aeroportos, que estavam a ficar congestionados de pequenas aeronaves. Desta forma, o projeto do 747 seguiu, porém, ironicamente os engenheiros acreditavam que num curto período de tempo, as grandes aeronaves iriam ser todas substituídas por aviões supersónicos como o Concorde. Então, a Boing construiu o modelo para que se adaptasse facilmente para o transporte tanto de passageiros como de carga. Foi o primeiro avião a ter dois corredores entre as poltronas.

Curiosidades

Concordski – No auge da Guerra Fria, a União Soviética decidiu disputar a supremacia do ar não apenas militarmente, mas também comercialmente. Iniciou o desenvolvimento de aviões supersónicos e protagonizou uma inusitada competição comercial e técnica com os europeus para ter o primeiro jato comercial supersónico da história.

O modelo Tu-144 foi construído pelo fabricante soviético Tupolev. O primeiro voo de um protótipo do Tu-144 foi realizado a 31 de dezembro de 1968, perto de Moscovo, dois meses antes do Concorde e cruzou pela primeira vez a barreira do som a 5 de junho do ano seguinte. Quando visto no Ocidente, o Tu-144 deu origem a várias teorias de espionagem, devido à sua semelhança com o Concorde.

O apelido ‘Concordski’ surgiu ao mesmo tempo que histórias sobre perseguições a espiões da KGB em Paris. Também foi propagada a hipótese de que, num determinado momento, acordos foram feitos de cooperação entre os fabricantes da Europa e da União Soviética. A maior semelhança entre eles, coincidência difícil de se acreditar, foi o sistema de articulação do nariz de ambos os modelos, que se inclinavam para baixo para facilitar a visão dos pilotos na aterragem.

Air Force One – Preterido por muitas companhias aéreas por conta do seu custo de operação, o Boeing 747 ainda possui uma clientela fiel: presidentes, monarcas e outros mandatórios que veem no gigantesco jato o espaço e status ideal para viajar pelo mundo. O “Jumbo” VIP mais célebre, claro, é o Air Force One, avião presidencial dos EUA. O 747 é também muito popular no Médio Oriente, onde é usado por xeiques, reis e outros membros da realeza. Está presente na frota de países como a Arábia Saudita, o Bahrain, o Brunei, o Kuwait, o Omã, os Emirados Árabes Unidos e o Iêmen. No entanto, também transporta governantes na China, Japão, Coreia do Sul, Índia, Turquia e Marrocos.

A disputa – No dia 19 de dezembro de 1985, a Air France fez decolar ao mesmo tempo um Concorde, partindo da cidade de Boston, e um Boeing 747 de Paris. O Concorde chegou a Paris, ficou uma hora no solo e retornou para Boston, pousando 11 minutos antes do Boeing 747.

Atualmente os grandes fabricantes estão com linhas de aeronaves novas, com motores mais eficientes e económicos, porém, a velocidade média de cruzeiro destes aviões continua a mesma. O principal motivo é que equipamentos supersónicos, como os do Concorde, têm um alto consumo de combustível, por isso, não há investimentos em projetos para aeronaves mais rápidas.

Dos cinquentenários, inúmeros Jumbos continuam a voar, transportando desde cargas até presidentes e reis, ao contrário dos poucos Concordes, já há muito tempo aposentados. O que não deixa de ser uma grande história a jornada do Concorde até à sua retirada, mas, no que toca à aviação comercial, a segurança e a economia são fatores fundamentais. Para as companhias aéreas, é melhor chegar bem e a gastar menos do que chegar antes.

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