Quando o nome Angelina Jolie surge, como a defines?
É uma atriz premiada com um Óscar, mulher sensual, humanitária, mãe de seis filhos, produtora e agora também realizadora. Um momento. Estou-me a esquecer de alguma coisa? Bem é melhor começarmos pelo princípio.
Em Los Angeles, na Califórnia, a 4 de Junho de 1975, nascia uma das maiores estrelas de Hollywood, Angelina Jolie Voight. O gosto pela representação estava-lhe na família, sendo filha de pais atores, Marcheline Bertrand e do premiado Jon Voight. Aliás, foi graças ao pai que Angelina conseguiu a sua primeira aparição no mundo do espectáculo. Em 1982, ainda criança, apareceu ao lado do progenitor no filme Lookin ‘to Get Out. No entanto, só passado uma década é que a carreira da atriz começou, mas antes de chegarmos a esse ponto, vamos recuar um pouco.
Em 1976, os seus pais divorciaram-se e Angelina, juntamente com o seu irmão e mãe, foram viver para Nova Iorque, porém, não por muito tempo. As luzes da ribalta chamavam-na e, aos 11 anos voltava para Los Angeles, a cidade dos sonhos. Era uma jovem decidida, sabia o que queria, inscreveu-se no Lee Strasberg Theatre Institute e, durante dois anos, estudou teatro. Em plena adolescência, mudou completamente, talvez como consequência típica da idade. Desistiu dos estudos, pintou o cabelo de roxo, usava só preto e criou outra ambição de vida: queria ser agente funerária. Sobre esta fase de rebeldia a atriz ainda hoje brinca: “Eu ainda sou e sempre serei aquela rapariga punk e com tatuagens”. Não demorou muito até voltar a estudar, na Beverly Hills High School. No entanto, sentia-se muito isolada, a sua mãe vivia com dificuldades económicas e Angelina não era bem vista pelas famílias mais ricas da região. Não tinha muitos amigos na altura, e a sua auto-estima ainda ficou mais reduzida, quando iniciou a sua carreira como modelo. Apaixonada por facas e sangue, começou a auto mutilar-se. Não há como negar, esta foi uma fase má na vida da atriz.
Os ventos da mudança aconteceram em 1993. Com a ajuda do pai, a carreira da jovem começou a compor-se. Conseguiu o papel para o filme Cyborg e, em 1995, com Hackers, teve o seu primeiro papel principal. Em Hollywood, Angelina Jolie era vista como uma excêntrica. Casou-se com Jonny Lee Miller, numa cerimónia deveras estranha – o vestido de noiva era nada mais, nada menos do que uma T-shirt com o nome do marido escrito com o seu próprio sangue. Ainda casada, rumores começaram a surgir sobre um possível relacionamento com a modelo Jenny Shimizu. Uma relação rápida, mas intensa, onde não demorou muito a assumir a sua bissexualidade. Contudo, este não foi o seu único casamento e seguiu-se Billy Bob Thorton, por dois anos. Casal que deu nas vistas, devido à sua extravagância, pois cada um usava ao pescoço um frasco de vidro com gotas de sangue do outro, já para não falar dos gostos particulares que tinham em comum. Acabariam por se separar em 2003.
Angie, como é carinhosamente tratada, não ia estar, durante muito tempo, sozinha. Em 2005, enquanto se encontrava na rodagem do filme Mr. e Mrs. Smith, aproximou-se do seu colega de trabalho, o actor Brad Pitt, e ainda hoje estão juntos. Brad Pitt, na altura casado com Jennifer Aniston, a eterna Rachel Green da série de sucesso F.R.I.E.N.D.S., perdeu-se de amores pelos olhos verdes, os lábios voluptuosos e os traços exóticos de Angelina Jolie. A química entre os dois, ao longo da gravação do filme, era fenomenal e tal transpareceu-se no ecrã. Actualmente, Brangelina, como é tratado o casal vivem juntos e são dos casais mais badalados de Hollywood. Juntos têm 6 filhos: três adoptados, Maddox, Zahara e Pax, e três biológicos, Shiloh e os gémeos Vivienne e Knox.
Quanto à sua carreira, começou a ganhar forma em 1999, quando todos conheciam o seu nome ao ganhar o Óscar de Melhor Atriz Secundária, com o filme Vida Interrompida. Não tem um currículo extenso de filmes, mas, quando participa, é a valer e alguns exemplos são: 60 Segundos, Tomb Raider, Alexandre, o Grande, Procurado, Salt, A Troca, O Turista e, mais recentemente, o filme Maléfica. Contudo, não são só filmes que fazem uma estrela. Angelina Jolie é também conhecida pelo seu grande coração, devido às suas causas humanitárias. Visitou refugiados de 30 países. “Quero consciencializar o mundo sobre a situação destas pessoas. Acho que elas devem ser elogiadas porque sobreviveram e nunca ser olhadas de cima”, como a própria refere. A actriz é Embaixadora da Boa Vontade do Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU) e é a porta-voz em defesa das mulheres em todo o mundo. Por isso, a sua imagem é vista como o expoente do poder feminino, mas também de coragem, pelo facto de recentemente ter realizado uma dupla mastectomia, como forma preventiva, pois tinha um alto risco de ter cancro. Tal decisão foi vista como um acto de coragem e de força para todas as mulheres. Sobre o assunto revelou: “Decidi não manter a minha história em segredo, porque há muitas mulheres que não sabem que podem estar a viver sob a sombra do cancro. Tenho a esperança de que elas também sejam capazes de realizar exames genéticos e que, se tiverem um alto risco, saibam que há mais opções”.
No que toca ao futuro a actriz, já comentou que deseja dedicar mais tempo à família e a projectos humanitários, mas é certo que, se deixar o cinema, a passadeira vermelha vai perder mais encanto e glamour. Angelina Jolie não tem medo de mostrar quem realmente é, uma simples mulher, um simples ser humano, considerada como uma das pessoas mais influentes. No passado, pode não ter feito as escolhas mais correctas, mas conseguiu seguir o caminho para o que é hoje – a voz e a imagem de boas causas. Em tudo o que faz, Angelina deixa a sua marca e é isso que a faz única.
