Uns são mais. Outros menos. Mas isto do apego tem o que se lhe escreva. Afinal o que é isto do apego? Seremos nós capazes de viver um vida desapegados? Difícil. Não impossível.
Somos seres humanos, a viver experiências e em constante evolução. O apego faz parte desta nossa experiência. O apego a pessoas. O apego a bens materiais. O apego a determinadas emoções, sentimentos e até situações.
E o apego – equilibrado – é tão bom! Pessoas boas, fazem-nos bem, e nós facilmente nos apegamos a elas. Bens materiais proporcionam-nos experiências de conforto, de prazer, de bem estar e é tão bom! No entanto, isto faz parte das nossas experiências, nesta que é a nossa condição humana. E está tudo certo. Atendendo a que isto do apego, na medida certa, nos permita aconchego, mas há o outro lado do apego. O doentio. Aquele que sufoca. Que nos tira “visão”. Que nos tira mais do que aquilo que nos dá. Aquele apego que nos adoece.
São tantas as vezes que nos apegamos a pessoas, que mais não são do que traves, que não nos permitem continuar, por acharmos que não somos suficientes. São tantas as vezes que esse apego se torna descontrolado e doentio. São tantas as emoções às quais nos apegamos e que não nos permitem avançar nesta aprendizagem. São tantos os bens materiais – e tantas as vezes que os consumimos – e nos apegamos a eles que acreditamos que já não somos capazes de viver sem aquilo. E somos. Somos capazes de aprender que este apego muitas vezes tem coisas para nos ensinar. Para nos mostrar. Para nos fazer ver. Que somos capazes de libertar certas pessoas, certos bens e certas emoções em prol de uma vida com mais significado e procura pelo que nos faz bem. Esse apego pode revelar-nos aprendizagens que precisamos fazer para avançar.
Podemos encará-lo – ao apego – como uma lição. De entre tantas outras que a Vida nos dá. Lição de tomar consciência de como estamos – ou não – a lidar com ele. De como ele pode ser vivido de forma saudável e nos mostrar o seu melhor lado. E de como ele pode nos mostrar caminhos que não devemos seguir. Quando ele se descontrola e mostra o seu pior lado. Ele existe na nossa Vida. A forma como lidamos com ele é da nossa responsabilidade e de como queremos que ele faça parte da nossa vida. Porque depois chega a hora de libertar. E é neste libertar, tantas vezes necessário, que está o desafio. O desafio de o libertar – ao apego – e de ficarmos com as experiências que ele nos proporcionou. Sem nos condicionarmos ou somente acharmos que somos aquilo. Porque somos muito mais.