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A sociedade do hiperconsumo

Li um artigo muito interessante no Público, uma entrevista ao filósofo e sociólogo francês Gilles Lipovetsky, que me alertou para a necessidade crescente de contornarmos os excessos de individualismo narcísico actuais. Segundo o célebre pensador, “o caminho mais prometedor para conseguirmos reequilibrar as patologias do mundo contemporâneo passa por reinventar a educação, contrariando este rompimento com o mundo da tradição e da religião, que regulava os comportamentos.

Nesta terra do vazio cada um é enviado para se procurar a si mesmo.

Neste sentido, Lipovetsky defendeu que a sociedade de consumo no início era semi-colectiva e que hoje o individualismo é mais solitário. Assim, o trabalho do intelectual hoje não passa por ser sistematicamente hostil à modernidade, mas de ter ciente que havia antigamente uma tendência nas sociedades para preferirem a segurança à liberdade.

Por outro lado, importa também pôr a descoberto a questão inquietante do populismo, através do qual, segundo Lipovetsky, o voto hoje em dia é muito mais flutuante, na medida em que “actualmente temos um eleitorado pouco ideológico, que olha e experimenta”. Ainda relativamente ao contexto social, é de enaltecer que o recente excesso de vitimização, característica do individualismo, não corresponde, na verdade, a uma ignomínia moral insuportável.

Em suma, Lipovetsky acredita que a força que dissolve a tradição, a comunidade, é o capitalismo – tal como Karl Marx defendia ser, portanto, a grande força revolucionária. Assim, o ilustre intelectual deixa claro que “a democracia não são os direitos humanos, mas sim a soberania do povo.

A sociedade de hoje passa, portanto, por uma reestruturação de identidade e por uma crise de valores nunca antes vista, onde todos sabemos que somente juntos e unidos num colectivo saudável, justo e genuíno chegaremos mais além, ao lugar mágico que está sempre um passo à frente, e é isso que nos faz ser melhores todos os dias. Somente juntos podemos combater aquela que é, hoje em dia, uma sociedade de hiperconsumo, onde tudo é descartável. Promovamos, portanto, o essencial da nossa humanidade. Juntos!

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