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A nova causa do feminismo

No dia 8 de Março celebrou-se, internacionalmente, o Dia da Mulher. Celebrou-se a mulher que lutou pelo direito ao voto, pelo direito a melhores condições, pelo direito a melhores condições de trabalho e que tornou o mundo um lugar mais justo e igualitário para muitas mulheres. Contudo, esta mulher intervencionista e, por vezes, feminista do século XX parece se ter diluído no século XXI e novas causas se levantam.

No mundo ocidental, ainda que o caminho para a igualdade não esteja totalmente percorrido, as novas gerações de mulheres parecem não demonstrar as mesmas preocupações e não se envolvem nas mesmas lutas sociais que as gerações anteriores. Se antes os movimentos feministas procuraram alertar para a falta de oportunidades e desigualdade entre géneros, agora a questão centra-se na afirmação da mulher e do seu corpo, com exemplos de artistas como Miley Cyrus e Rihanna, que são tidas como ícones e modelos, que abertamente sexualizam e mostram o corpo sem pudor.

Jovens adolescentes citando e copiando os seus modelos, também elas num acto de rebeldia e insurreição dos tempos modernos afirmam sem vergonha e decoro a sua sensualidade. Assim, nas gerações que já nasceram com o direito ao voto conquistado e proclamação, pelo menos na teoria, da igualdade de género, existe um grupo de mulheres, jovens adolescentes, que, aprovando-se ou não, escolheu para si, tacitamente, uma nova contenda: a declaração da mulher como um ser sexual no mesmo patamar que o homem.

rosie_the_riveter“É hora das pessoas crescerem! Aceitem as mulheres como seres sexuais. Aceitem que alguns homens gostam de satisfazer as mulheres. Aceitem que as mulheres não precisam de fazer sexo e dizer ‘obrigada’. Nós também podemo-nos divertir. Está na hora de colocarmos nossos pés no chão”. Esta reação da actriz norte-americana, Evan Rachel Wood, após o corte de uma cena de sexo oral, no filme que protagoniza com Shia LaBeouf, The Necessary Death of Charlie Countryman (2013), reflecte esta nova atitude que surge entre o sexo feminino, principalmente no meio artistico, onde as mulheres reclamam o mesmo tratamento, sem preconceitos, na questão da sexualidade.

Porém, na realidade ainda que esta causa possa chocar as concepções mais tradicionalistas e moralistas da sociedade, também aqui a igualdade é a questão central. Se para um homem que expõe o seu corpo, ou usa a sensualidade, a sociedade  mostra-se indiferente e às vezes até vangloria – caso dos rappers norte-americanos – para a mulher essa mesma atitude é motivo de controvérsia, ou polêmica.

A sociedade, sendo na sua natureza dinâmica e um organismo vivo, altera-se, transforma-se e novos valores se levantam e se tornam urgentes nas gerações vindouras. Se para Simone de Beauvoir é no “trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem”, hoje para algumas mulheres essa diminuição faz-se pelo corpo.

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