Que nos leva a gostar de alguém? O que faz o nosso corpo se inclinar para sentir melhor o outro? Que química é esta que se sente sem se perceber? Que interessa o que a física explica quando a irracionalidade é mais forte e comanda? Nestas coisas do coração de nada vale a cabeça, porque só provoca conflitos.
De um lado aparece o diabinho, vestido de vermelho e preto, com ar erótico e provocador, a incitar a tudo o que possa parecer perverso e negativo: faz, atira-te de cabeça, diz-lhe tudo, aperta, avança sem medos. Do outro lado surge o anjinho, a figura pálida e pacificadora, com ar de tudo é lindo e assim deve ficar segredando que a vida é mesmo assim, para ser vivida.
A verdade é que não precisamos de explicações para nos sentirmos diferentes, com os pés a escorregarem, o estômago às voltas e as borboletas a saltarem em todas as direcções. O cérebro, esse malandro infiel, desliga-se completamente e tudo o que acontece pertence ao grupo do inenarrável e estupidificante.
Que sensação maravilhosa que nos inunda! Ganham-se asas e o caminho é sempre tão leve. A ânsia de estar com o outro é tão dominante que nem o descanso, o que tem efeito reparador, consegue acalmar o espírito o o corpo de quem foi apanhado na teia manipuladora.
De repente tudo muda e começa a fazer um sentido tão estranho e maravilhoso que uma pessoa se interroga como foi possível viver dentro de um enorme deserto emocional até aquele momento. Onde andava o outro? Viveria antes daquele espaço de tempo em que se cruzaram ou simplesmente vegetava? Claramente que estavam destinados e tudo teria que acontecer.
Agora a pergunta que se coloca é a seguinte: porquê com aquela pessoa e não com outra? Será que a ciência sabe dar resposta a esta questão? Há um magnetismo que não se consegue explicar, um íman que funciona de tal maneira forte que de nada serve lutar em sentido contrário. Tem mesmo que ser assim!
Será que existe uma consciência para atrair o que queremos? Gandhi dizia que se deviam manter os valores positivos e que eles transformariam o destino. Tudo acontece de modo tão rápido que não há lugar a pensamento e esse, como se sabe, fica totalmente descontrolado. Há uma vontade que aconteça e será esse o mote principal.
Comportamentos como o dos animais, com os seus instintos básicos de atracção ainda prevalecem no ser humano. A parada nupcial pode ser efectuada sem que seja perceptível. Há a luta pelo território, pela fêmea, pela comida, mas o que leva a que seja aquele determinado ser ainda permanece um verdadeiro mistério.
Talvez seja mesmo isso que vai mantendo a chama acesa e permite que a magia nunca pare de funcionar.