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A indiferença

Todos os dias morrem pessoas, a todas as horas e minutos. Animais também, e essa é a verdadeira tristeza. Não há funerais nem registo de cada vez que morre um animal, ou vários animais, ou de cada vez que há a extinção de uma espécie, e isso está a acontecer a um ritmo alucinante, diariamente.

Diariamente caminhamos para um fosso ou fim de um ou vários ecossistemas, sem sequer sabermos ou repararmos (e importarmos). Apesar de algumas espécies serem verdadeiramente longínquas para nós, como os rinocerontes ou tubarões, por exemplo, há espécies bem perto e que interferem directamente connosco. Já imaginaram o bacalhau ou as sardinhas extinguirem-se? As abelhas? Há animais que asseguram a diversidade da fauna e da flora do nosso mal-amado e maltratado mundo.

A actividade humana como a caça, a pesca, o pastoreio, a poluição que produzimos, o atropelamento de animais e a destruição de ambientes naturais com a desflorestação e incêndios florestais, bem como a escassez de alimentos, desertificação e alterações climáticas, é aquilo que tem vindo a matar estes animais. Alguns desses animais, alguns deles aqui bem perto até, são o Bufo Real, a Coruja-Das-Torres, o Elefante Africano, o Golfinho, o Lince Ibérico, o Lobo Ibérico e o Panda Gigante. Estas são algumas das espécies em maior risco de extinção actualmente.

O que se perde com eles ou sem estas espécies? A diversidade, ecossistemas inteiros e a riqueza natural que estes animais representam. O mundo é mais rico quando contém em si tudo o que é possível conter e aquilo que é suposto conter. Se mais e mais espécies se forem perdendo, ficamos pobres, com menos cor,  menor biodiversidade, e tudo por estupidez e descuido.

Muitas medidas já foram tomadas, ou têm vindo a ser tomadas, no sentido de se reverter ou parar esta tendência, como a caça desportiva de alguns animais, por exemplo. Missões de salvamento e resgate de alguns animais em maior risco de extinção, abrigos, santuários, zonas protegidas, reprodução assistida e devolução ao habitat natural dessas espécies. Mas não é suficiente.

A indiferença mata. Mata os sírios, mata os foragidos e refugiados. A indiferença mata estes animais, dizima estas espécies. A indiferença mata o planeta, a indiferença está a matar-nos… Somos menos humanos quando somos indiferentes e ao sermos indiferentes, voltamos as costas à vida – vida humana e vida animal. Já começamos a ver os efeitos dessa indiferença quando dirigentes voltam as costas ao mundo e a imigrantes (outras espécies). Se voltamos as costas a outras espécies, de que adianta a vida? De que adianta o viver? O estar cá, o ser humano?

O ser humano devia ser, para além de livre, consciente, preocupado, importar-se, ter carinho e afecto por outro ser, respeitar a dignidade e diversidade, respeitando a liberdade e o direito de ser e existir de outro ser, seja ele humano ou animal. Humanidade refere-se a bondade, benevolência e compaixão. Somos a única espécie sob o planeta terra que tem estas qualidades, referentes a sentimento e emoção. E, acredito eu, que, seja quem for, se consegue comover com o sofrimento de outro ser, se parar o tempo suficiente para assistir a um cenário de morte, devastação, abuso ou violência contra outro ser, humano ou animal. Já viram documentários como o Earthlings? Se são sensíveis, não vejam por favor. Somos incapazes de não sentir. Podemos proteger-nos contra isso, mas seremos sempre capazes de ter sentimentos.

É esse sentimento de indiferença que temos que substituir com compaixão, atenção e cuidado. Cuidado com os nossos comportamentos de indiferença e inconsciência, cuidado com a nossa pegada ecológica, estar atentos, saber destas coisas, informarmo-nos, tomar medidas e acções concretas contra aquilo que pode levar à extinção de uma espécie. Todos estamos interligados e todos temos impacto uns nos outros. Todos existimos e todos importamos. Todos fazemos falta.

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