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A ética de viver

Terão a ética e a política algo em comum ou serão somente palavras que se unem para fazer algum sentido? São as duas fundamentais para que se possa viver de modo civilizado em sociedade. Se a ética é a postura que se tem perante algo ou uma situação complexa, a política e, inevitavelmente, um assunto que diz respeito a todos. Quer se queira ou não, o homem é um animal social e como tal político.

Termos capacidade de escolher é sermos racionais, queremos o que melhor nos serve só que essa necessidade pode ser de cariz momentâneo. Se estiver com sono preciso de descansar, mas a vida é definitiva e não temporária. As escolhas devem ser elaboradas de modo firme e decisivo. As mesmas terão as suas continuidades e será com elas que se terá de lidar.

Uma casa é uma metáfora perfeita para esta análise. Nada começa pelo topo, pelo telhado, mas sim pelo chão, pela base. Assim deve ser o ser humano ao criar as suas raízes e o seu conhecimento. As paredes podem estar tortas e frouxas, mas existem e servem para dar protecção. Os ratos podem querer roer os alicerces, mas com sapiência serão exterminados desde que exista vontade de acabar com os parasitas.

A base, mais uma vez, tem que ser sólida. As telhas serão a última peça a ser colocada. É o tecto que dá o abrigo e faz com que as intempéries e as desavenças possam parecer algo de menor. É a força, a união do saber que ajuda a caminhar, a mostrar o rumo que deve ser seguido. Uma telha partida é uma porta de entrada para o mal. O prédio só pode ruir se se deixar chegar ao extremo. Cabe a cada um assumir as consequências das suas decisões.

A política é colectiva, diz respeito a um todo, a um conjunto que vive numa certa comunidade. Se não houver entendimento nem ligação, cada um fará o que entender. É o caos instalado. Não funciona. A nossa liberdade é essencial, mas a de todos é primordial. Em política não existem egoísmos, mas sim comunidades e grupos que têm interesses comuns. Assim uma espécie de clubes exclusivos que lutam pelo título final do campeonato.

Uma acção tem sempre consequências e agradar a todos é impossível. Um político quer ver resultados e esses podem não ser os mais favoráveis a quem votou nele. Podem ser diferentes dos interesses colectivos e a pressão exercida é sempre muito forte. No entanto há que ter em conta que o político é um homem ou uma mulher também fez as suas escolhas antes de se dedicar ao conjunto do grupo onde está. Uma boa formação é aquela que privilegia todos e não um só. O egoísmo político existe, mas é uma contradição. A função geral é o bem do maior número de pessoas e não uma pequena parte.

Os chamados direitos humanos têm sido aprimorados e enxovalhados. Se, por um lado, se luta por os fazer valer e vigorar, por outro, os mesmos são ignorados e espezinhados. Quem tem uma base sólida e correcta entende que a sociedade melhor é aquela que luta em prol de todos pelas liberdades, pela justiça e acima de tudo pela assistência geral. A democracia significa isso mesmo, o poder do povo, de todos, do bem geral. Hoje em dia é quase inacreditável que exista discriminação sexual, mas o certo é que durante muito tempo o machismo prevaleceu na mentalidade mundial.

É uma questão cultural que ainda é transmitida mesmo que não se queira admitir. Está de tal forma enraizado que, sem se dar conta, esses ensinamentos acabam por passar de geração em geração. É quase vergonhoso que aquilo que as mulheres criticam nos maridos seja incentivado com os filhos. Herança pesada e difícil de negar. Por outro lado, os homens ainda se sentem ameaçados pelo poder que as mulheres alcançaram.

Tudo isto devia pertencer a um passado longínquo, mas é recente, infelizmente. Somos eternos aprendizes na arte de viver, de saber estar e devemos ter a humildade suficiente para continuar a aprender sempre. A vida pode ser longa e a aprendizagem é dura.

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