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A Cultura de ser Humano

Como diz sabiamente Heidi Klum, em Project Runway, “in fashion, sometimes you are in and sometimes you are out“. O mesmo é aplicado ao mundo que nos rodeia. No meio de tanta informação, há que saber separar o trigo do joio, o importante do acessório e o interessante do que deveria nem ter sido notícia. É disso que vive este espaço semanal, que pretende destacar algumas notícias, factos, curiosidades, pormenores, que marcaram a nossa semana noticiosa. Será publicado todas as Sextas-Feiras e terá como objectivo principal comentar aquilo que se destacou mais pela positiva e o que esteve, digamos, “menos bem”, o que nos alegrou e o que esperamos que não se torne a repetir.

Acima de tudo, pretende ser um espaço de discussão, onde espero que dêem uso aos vossos teclados e deixem a vossa opinião sobre os vários temas abordados fluir. Por isso, qual Katy Perry de 2008, escolhi o Crowdfunding que está a nascer em Lisboa como o Hot desta semana e a candidatura de João Ferreira às Europeias como o Cold.

SophiaMelloBreyner_destaque

O Panteão Nacional recebeu esta semana os restos mortais da poetisa Sophia de Mello Breyner. Os restos mortais da escritora e poetisa Sophia de Mello Breyner serão hoje transladados para o Panteão Nacional, quando se comemoram dez anos sobre a sua morte e o 40.º aniversário do 25 de Abril, esse «dia inicial inteiro e limpo», como a própria o descreveu naquele que é provavelmente o mais belo dos poemas dedicados à Revolução de Abril.

A ideia de trasladar Sophia para o Panteão surgiu no final do ano passado, após um artigo que o escritor José Manuel dos Santos assinou no jornal PÚBLICO. Ainda no final de 2013, por iniciativa dos deputados Marco Perestrello (PS) e Nuno Encarnação (PSD), a proposta chegou ao Parlamento, onde veio a ser aprovada por unanimidade em Fevereiro deste ano. Sophia é apenas a quinta personalidade a quem o regime democrático concede esta honra. As anteriores foram Humberto Delgado, em 1990, Amália Rodrigues, em 2001, Manuel de Arriaga e Aquilino Ribeiro, em 2007.

É possível que no século XX português tenha existido outros vultos de grandeza equivalente a Sophia de Mello Breyner. Alguns  merecerão igual honestidade cívica, ética e política, outros terão sido igualmente considerados.  Mas é difícil encontrar alguém que reúna todas estas características. Foi este «encontro perfeito» que levou José Manuel dos Santos a propor a entrada de Sophia no Panteão Nacional, para lhe prestar o tributo que merece, mas também, assume, para revalorizar a própria instituição. O mar e as recordações da sua infância são um elemento fundamental na sua obra. Desde 2005, no Oceanário de Lisboa, alguns dos seus poemas, com forte ligação ao mar, foram colocados para leitura na zona de descanso da exposição. Defensora da liberdade e da democracia, participou activamente na oposição ao Estado Novo e foi eleita, depois do 25 de Abril, deputada à Assembleia Constituinte pelo Partido Socialista.

Sophia de Mello Breyner Andresen, um dos maiores nomes da cultura portuguesa, faleceu, aos 84 anos, no dia 2 de Julho de 2004. O seu corpo está sepultado no Cemitério de Carnide, em Lisboa, de onde sairá hoje, a partir das 16h30, para a cerimónia de trasladação para o Panteão Nacional. Às 20h00 de 2 de Julho, ouviu-se o “Magnificat”, de Bach, interpretado pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos e chegará o momento em que a urna de Sophia entrará no Panteão Nacional. Sophia de Mello Breyner é a segunda mulher a ir para o Panteão Nacional, depois da fadista Amália Rodrigues, e ficará na mesma sala do escritor Aquilino Ribeiro e do General Humberto Delgado.

“Quando eu morrer voltarei para buscar/Os instantes que não vivi junto ao mar.”

Heydar-Aliyev-Center_fava

A arquitecta iraquiana Zaha Hadid, de 63 anos, venceu no dia 1 de Julho o prémio de Design of the Year de 2014, para o centro cultural Heydar Aliyev Center, no Azerbaijão, concedido pelo Museu de Design de Londres. É o primeiro prémio Design of the Year atribuído a uma mulher, mas é também um dos mais polémicos projectos da estrela iraquiano-britânica e do galardão. O Heydar Aliyev Center, apesar de ter sido distinguido pelo painel de jurados, também foi alvo de críticas desde a sua implantação em Baku, por ter originado despejos forçados em massa.

De acordo com o Human Rights Watch, o volume foi construído num terreno desapropriado com recurso ao uso da força, prática usual na capital do Azerbaijão. Este processo seguiu um programa de expropriações ilegais e desapropriações forçadas na cidade, sem a justa compensação para os respectivos residentes. Para além das mais de 250 casas demolidas, os críticos relembram a exploração de bósnios e sérvios, com trabalho escravo, e denunciada pelo sindicato dos trabalhadores. Paralelamente, há também a carga do nome que baptiza o centro cultural, o do pai do actual Presidente do país. Heydar Aliyev (e as suas ligações ao regime soviético e à corrupção antes de chegar à presidência no Azerbaijão) é um nome que divide os cidadãos do país, acusado de corrupção e falta de transparência.

É verdade que um grande arquitecto precisa de um grande cliente, de tecnologia, do público, da paisagem e da altura certa, mas igualmente verdade que, mesmo sendo um edifício projectado para a comunidade e não para os seus líderes, existe sempre uma obrigação moral dos arquitectos e a sua responsabilidade ao trabalharem para regimes autoritários. Não é prémio prestigiante, nem um edifício de tirar o fôlego a qualquer um que irá limpar a tragédia humana que serve de fundação ao projecto e, se a fundação não cheira bem, então, a obra não poderá ter o brilho que tanto apregoam.

Berbie_momento

O mais recente perfil premium do Linkedin, provavelmente, não irá escrever-te uma recomendação, nem irá avaliar as tuas capacidades profissionais. Provavelmente, porque ela é feita de plástico e não consegue se quer formar frases. Isto pode parecer um insulto, mas é a mais pura das verdades – a Barbie Empreendedora já faz parte da maior rede de trabalho online do mundo. A sua última actualização ao perfil diz que o seu “novo trabalho é numa Encubadora de Sonhos, onde é consultora, ajudando as raparigas em todo o mundo a brincarem com a imaginação, testar várias profissões e explorar o mundo. A tagline da nossa empresa é ‘if you can dream it, you can be it‘.”

Será que, se eu sonhar que quero ser um dinausauro, a Barbie me pode ajudar? Não interessa. Adiante.

A Barbie Empreendedora vem toda equipada, com um tablet, um smartphone, uma mala, um vestido cor de rosa (sem comentários) e o cabelo preso com um rabo de cavalo. As opiniões sobre esta nova faceta da Barbie não tem sido concensual. Por um lado, Jennifer Fleiss, co-fundadora da Rent the Runway, diz que a esta boneca é a sua “ideia de uma mulher lutadora” e que a “encorajou a acreditar que uma mulher pode conseguir conquistar tudo o que quer: uma famíla, um trabalho e um excelente guarda-vestidos.” Por outro, Adora Svitak, antiga oradora das conferências TED, acredita que ela “encoraja a manutenção de expectativas de beleza irrealistas, baseadas em fracos ideais, como a magreza, ou a padronização da personalidade, em vez da bondade, da inteligência, da auto-confiança e do atletismo.”

A verdade é que a Barbie tem um currículo impressionante e já é seguida por 2500 pessoas. Vou fazer figas para que a cara dela apareça no meu perfil, na área que indica quem é que foi ver o meu perfil. Quem sabe, possa fazer negócios com ela.

Kafka_curiosidade

“Ler é o trabalho da mente que está sempre à descoberta, que exige, e sobre condições ideais produz, no fim, um género de êxtese”, escreveu E.B. White, enquanto contemplava o futuro da leitura, em 1951. De facto, a questão de qual é a razão para que os livros tenham tanta importância e o que é que a leitura faz ao espírito humano tem ocupado as mentes de muitos pensadores, desde Carl Sagan às crianças que nos rodeiam, que, quando os professores lhes dizem que ler faz bem, questionam sempre o porquê disso. A melhor explicação sobre esta questão veio de um pensador muitas vezes considerado de sombrio e depressivo, porém, com uma incrível sensibilidade para a beleza da vida: Franz Kafka.

Numa carta de Novembro de 1903, encontrada no fascinante compendium Letter to Friends, Family and Editors, um Kafka com 20 anos de idade escreve ao seu amigo de infância, o histórico artista Oskar Pollak o seguinte: “Alguns livros parecem chaves para salas desconhecidas no castelo pessoal de cada um.” Kafka foi um dos maiores escritores de ficção do século XX, criando personagens ainda actuais, que enfrentam conflitos existenciais, questionam os objectivos da vida e acabam sós. Os trabalhos mais conhecidos e reconhecidos de Franz Kafka são A MetamorfoseUm Artista da Fome e os romances O ProcessoAmérica e O Castelo.

Esta semana assinalou-se o 131º aniversário da morte deste nome permanentemente eterno. Grande parte dos seus textos continua incompleta e foi publicada postumamente. No entanto, a sua obra nunca perdeu actualidade, mesmo tendo passado 131 anos depois da sua morte.

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